Temer e filha viram réus por lavagem de dinheiro em investigação sobre reforma de casa

  • Por Jovem Pan
  • 04/04/2019 17h04 - Atualizado em 04/04/2019 17h23
MARCO AMBROSIO/ESTADÃO CONTEÚDO Na mesma ação, viraram réus o coronel João Batista Lima Filho e a mulher, Maria Rita Fratezi

O ex-presidente Michel Temer e a filha, Maristela Temer, viraram réus em uma ação penal pelo crime de lavagem de dinheiro. A suspeita do Ministério Público Federal, responsável pela denúncia, é de que os recursos financeiros para a reforma da casa de Maristela vieram dos desvios das obras na usina nuclear de Angra 3.

Na mesma ação, também viraram réus o coronel João Batista Lima Filho, o coronel Lima, apontado como o “faz-tudo” do ex-presidente, e a mulher, Maria Rita Fratezi.

De acordo com a denúncia, entre 2013 e 2015, Maria Rita teria, por orientação do marido, ocultado a origem e propriedade de R$ 1,6 milhão provenientes de recursos da administração pública, convertendo-os em “ativos lícitos” por meio da reforma de Maristela. Maria Rita seria responsável por administrar a obra e realizar pagamentos em dinheiro.

Temer e o Coronel Lima foram presos na manhã do dia 21 de março pela força-tarefa da Lava Jato e soltos no dia 25, após decisão do desembargador Ivan Athié.

Quarta ação penal

O ex-presidente é réu em outras três ações: uma na Justiça Federal em Brasília e duas na Justiça Federal no Rio. Na primeira, é acusado no caso da mala dos R$ 500 mil envolvendo seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures. Já no Rio, o emedebista é acusado por corrupção e lavagem de dinheiro e por peculato e lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal afirma que ele foi um dos beneficiários de desvios nas obras da usina nuclear de Angra 3 por meio da contratação irregular de empresas.

O que diz a defesa

Na última terça (2), o advogado Eduardo Carnelós, responsável pela defesa do ex-presidente, afirmou, em nota, que a denúncia é “descabida e contraditória”.

“Curioso é que, nos autos do chamado inquérito do decreto dos Portos, que tramitou perante o STF, dizia-se que o dinheiro utilizado na reforma teria sido fruto de pagamento feito por determinado delator, que nenhuma relação tem com a Eletronuclear. Aliás, esta nem mesmo foi mencionada durante a tramitação daquele inquérito, não se podendo saber por que a delação que a ela se refere foi inserida naqueles autos”, disse.

O defensor de Temer alegou ainda que nenhum dos fatos incluídos na denúncia foram imputados pelo Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro anteriormente e agora surgem na acusação do MPF de São Paulo. “Nenhuma das denúncias oferecidas depois pelo MPF/RJ imputou esses fatos, que, agora, surgem na acusação formulada pelo MPF/SP. Por esta última versão, o dinheiro teria ligação com a Eletronuclear”, escreveu.

“A acusação, além de absolutamente descabida e contraditória, também expressa a crueldade de quem, para persegui-lo, não se peja de envolver a filha dele, atingindo-o assim de forma ainda mais vil”, completou.

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