Transparência Internacional sobre Lula: “Não há impunidade, mesmo para poderosos”

  • Por Estadão Conteúdo
  • 13/07/2017 11h17
EFE/Joédson Alves O petista foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro de R$ 2,25 milhões em razão de supostamente ter aceitado o triplex no Guarujá e suas respectivas reformas como forma de propinas da OAS oriundas de desvios na Petrobras

O presidente da Transparência Internacional, José Ugaz, afirmou, nesta quarta-feira, 12, que a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e 6 meses de prisão proferida pelo juiz federal Sérgio Moro é “é um sinal significativo de que o estado de direito está trabalhando no Brasil e que não há impunidade, mesmo para os poderosos”. A entidade diz ver “ataques de todos os lados” às investigações e exige “garantias” de que a Lava Jato siga em frente sem “interferências de partidos políticos”.

O petista foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro de R$ 2,25 milhões em razão de supostamente ter aceitado o triplex no Guarujá e suas respectivas reformas como forma de propinas da OAS oriundas de desvios na Petrobras.

“A condenação do ex-presidente Lula é um sinal significativo de que o estado de direito está trabalhando no Brasil e que não há impunidade, mesmo para os poderosos”, afirmou Urgaz.

O presidente da Transparência Internacional ainda disse que “Lula não é o único político de alto nível que é foco das investigações de corrupção. O atual presidente, Michel Temer (PMDB), que é do extremo oposto do espectro político, também está enfrentando acusações de corrupção, assim como o senador Aécio Neves (PSDB), que concorreu contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) nas últimas eleições”. Urgaz afirma que os parlamentares brasileiros e o STF, responsáveis por julgar os dois casos, devem agir com imparcialidade.

O presidente da entidade ainda afirma que o “escândalo da Lava Jato atingiu políticos de todos os partidos e os mais poderosos empresários brasileiros” e que “não é surpreendente” o fato de que “os juízes e investigadores estejam sendo atacados de todos os lados”.

“Esta é a prova de que a corrupção não distingue entre ideologias ou partidos políticos. A Transparência Internacional exige garantias de que as investigações possam prosseguir e que todos os processos judiciais permaneçam independentes e livres de interferências de qualquer partido político”, afirmou o presidente da Transparência Internacional.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.