‘Troca de palavras ásperas é contornável’, diz Moro sobre conflito entre Congresso e Planalto

  • Por Felipe Neves / Jovem Pan
  • 27/03/2019 13h15 - Atualizado em 27/03/2019 13h32
Edilson Rodrigues/Agência Senado "Palavras ásperas foram trocadas nos últimos dias, mas isso é contornável. O que precisamos é pensar no melhor para o país", declarou o ministro

O ministro Sérgio Moro afirmou nesta quarta (27) que o conflito envolvendo a aprovação de projetos do Planalto no Congresso Nacional é ‘contornável’. O titular da pasta da Justiça e Segurança Pública participou nesta manhã de uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Moro foi convidado pelos senadores para debater o projeto de lei anticrime, que endurece a punição de 14 leis relacionadas à corrupção, organizações criminosas e crimes violentos.

Perguntado sobre a paralisação do pacote pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que colocou a proposta à sombra da reforma da Previdência, Moro amenizou.  “Sobre isso, palavras ásperas foram trocadas nos últimos dias, mas isso é contornável. O que precisamos é pensar no melhor para o país e nós não temos nenhuma intenção de prolongar esse desentendimento”.

O ministro se referia às críticas feitas por Maia à articulação tanto da reforma das aposentadorias quanto do projeto anticrime pelo Planalto. Na semana passada, o deputado o chamou de “funcionário” de Jair Bolsonaro após pedidos de Moro para acelerar a tramitação do pacote no Congresso.

O presidente da Câmara também afirmou que o projeto seria “cópia e cola” de uma proposta parecida apresentada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. “Nunca neguei convergências, mas a minha proposta é mais ampla”, alegou Moro aos senadores na audiência de hoje. “A execução de penas em segunda instância, por exemplo, é uma diferença entre as duas ideias. De qualquer forma, também posso juntar os projetos. Não importa a cor do gato, importa que ele pegue o rato”.

Na Câmara, Maia estabeleceu um prazo de 90 dias para um grupo de trabalho analisar se unirá a proposta de Moro a outras medidas já em discussão na Casa. Só depois disso uma comissão especial será formada para analisar o projeto.

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