Vice é preso por encomendar assassinato de prefeito no Tocantins; motivo seria divergência sobre propina

  • Por Jovem Pan
  • 11/01/2019 17h07 - Atualizado em 11/01/2019 17h34
Reprodução/Facebook Vice (direita) é acusado de encomendar, por R$ 10 mil, a morte do prefeito (esquerda)

A polícia prendeu o vice-prefeito de Novo Acordo (TO), Leto Moura Leitão Filho, na quinta-feira (10). Ele é suspeito de ser mandante de tentativa de assassinato contra o prefeito da cidade, Elson Lino de Aguiar. O motivo seria uma divergência sobre o recebimento de propina, segundo a Secretaria da Segurança Pública do Tocantins.

Além do vice, outras três pessoas foram presas sob acusação de planejar e executar o crime, que aconteceu na tarde de quarta (9). Aguiar foi atingido por três tiros e está internado em Palmas, capital do estado. Em 24 horas ininterruptas de trabalho, a Polícia Civil chegou a Gustavo Araújo da Silva, de 18 anos, o primeiro detido.

Silva relatou a investigadores que foi contratado para matar o prefeito por Paulo Henrique de Souza Costa, de 27 anos. Se concluísse a tarefa, receberia R$ 10 mil. Segundo o delegado Diogo Fonseca, com as prisões foi possível identificar a participação de Leitão Filho. Insatisfeito com repasse de propinas, o vice teria encomendado o crime.

“O não repasse de verbas [por transações irregulares] no município resultou em atrito entre os dois gestores do Executivo e, em razão, disso ele [Leitão Filho] optou pela decisão de ceifar a vida do atual prefeito”, disse Fonseca, segundo nota do governo. Desviado dos cofres públicos, o montante envolvido na disputa seria de R$ 800 mil.

“A princípio foram presos três envolvidos, sendo o agenciador [Costa], o executor [Silva]e o mandante [vice-prefeito]. A polícia investiga agora também a participação de outras pessoas”, explicou o delegado. “Até o momento estas três pessoas já estão confirmadas.” O caso será encaminhado ao Ministério Público do Tocantins.

Facção

O delegado Leandro Risi, que também participou das apurações, informou em entrevista coletiva que Silva e Costa seriam integrantes de uma facção criminosa “com atuação em todo o País”, sem especificar o nome do grupo. Segundo ele, o assassinato custaria R$ 4 mil e era planejado para dezembro. Com o adiamento, o “preço” subiu.

“O crime já estava sendo planejado há mais ou menos três meses. Ele teria que ter sido morto antes do Natal, mas os faccionados não conseguiram”, contou. Como a vítima sobreviveu, menos de um dia depois o atirador teria recebido uma oferta de “R$ 20 mil para executar o prefeito tão logo ele recebesse alta do hospital.”

Prefeito

Assim que sair do hospital onde está internado, Elson Lino de Aguiar deve prestar depoimento. A expectativa da Polícia Civil é de que o inquérito seja concluído em até 10 dias. Dotozim, como é conhecido, tem 59 anos e é filiado ao MDB. O vice é membro do PRB. A chapa foi eleita em 2016 com 43% dos votos válidos (1.468 pessoas).

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