Caixa espera definição do TCU no 3º tri para voltar a vender carteiras

  • Por Estadão Conteúdo
  • 12/08/2016 13h51
Wikimedia Commons caixa econômica federal - Wikimedia

A Caixa Econômica Federal aguarda uma definição do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a venda de carteiras inadimplentes, os chamados créditos podres, para o terceiro trimestre deste ano, de acordo com Fábio Soares, vice-presidente de riscos da Caixa. “Nossa conversa com o TCU é cotidiana. Respondemos a todas as questões do TCU. Alguns pontos apontados, inclusive, já tinham sido corrigidos nas vendas mais recentes”, disse ele, em coletiva de imprensa, na manhã desta sexta-feira, 12.

A Caixa não vendeu nenhuma carteira de crédito no segundo trimestre, uma vez que o TCU exigiu que o banco suspendesse a venda de carteiras de “créditos podres” por encontrar indícios de ilegalidade nas operações efetuadas nos últimos dois anos, quando o banco estatal passou a adotar a prática para limpar o balanço. 

“A última venda de carteira que fizemos foi em março. Esperamos uma definição com o TCU em breve. Temos conversas frequentemente com o TCU”, afirmou o presidente da Caixa, Gilberto Occhi. “Vamos adotar as medidas exigidas pelo TCU para podermos voltar a vender carteiras como todo o mercado faz”, acrescentou.

De acordo com o TCU, na decisão cautelar do ministro Raimundo Carreiro do fim de junho, que suspendeu esse tipo de negócio, o banco não seguiu os parâmetros estabelecidos pelas resoluções do próprio conselho diretor da Caixa e vendeu carteiras que não eram passíveis de cessão, incluindo créditos “de melhor qualidade”, o que resultou em “vultosos prejuízos”. 

Segundo o órgão de fiscalização, as operações suspeitas de irregularidade resultaram em receitas de R$ 260 milhões, o que corresponde a quase a metade (48%) do valor que o banco arrecadou com as operações (R$ 542 milhões).

Entre 2014 e o primeiro trimestre deste ano, a Caixa vendeu um volume recorde de créditos considerados de baixa qualidade, que somam R$ 24 bilhões. Por essas transações, recebeu R$ 2,1 bilhões – desconto de 91%. Só nos três primeiros meses de 2016, o banco estatal cedeu outros R$ 2,6 bilhões em duas operações. Em troca dos direitos, recebeu R$ 138 milhões, com deságio de quase 95%.

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