Cardozo diz que foi informado sobre escutas na PF e aguarda resultado de sindicância

  • Por Agência Câmara Notícias
  • 15/07/2015 16h32
Alex Ferreira/Câmara dos Deputados José Eduardo Cardozo durante depoimento na CPI da Petrobras

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, confirmou em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras que foi informado pela Polícia Federal da existência de escutas clandestinas na cela do doleiro Alberto Youssef na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR) e das providências tomadas para apurar a irregularidade.

Segundo ele, a corregedoria da Polícia Federal agiu para verificar a situação de ilegalidade que poderia estar ocorrendo no momento e determinou a instauração de sindicância para investigar o possível envolvimento de agentes da Policia Federal. “A sindicância tramita em sigilo e ainda está em curso”, informou. O ministro afirmou que não tem conhecimento do conteúdo da sindicância. “Se, ao final, ficar comprovado que houve escutas ilegais, haverá punições àqueles que as praticaram”, ressaltou.

Cardozo disse que foi o ministro que mais demitiu servidores que cometeram irregularidades. “Não vivemos mais em uma ditadura para aceitar o desrespeito à lei. A Polícia Federal tem total apoio do ministério para cortar na carne caso sejam comprovadas as irregularidades.” O ministro disse que confia na corregedoria e acompanha diretamente os processos envolvidos em ações ilegais. “Não tolerarei transgressões nem injustiças”, afirmou.

Vazamentos seletivos
O relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), questionou o ministro sobre os vazamentos seletivos que estariam ocorrendo no âmbito das investigações da Lava Jato. Cardozo respondeu que, apesar de haver casos em que o próprio juiz Sérgio Moro, responsável pelo inquérito da Operação Lava Jato, dá publicidade a alguns depoimentos, há outros casos em que os vazamentos são de depoimentos sigilosos e, por isso, sua divulgação é ilegal. Ele deu exemplo da delação do empresário Ricardo Pessoa.

“Quando ocorrem situações desse tipo, elas são ilegais, criminosas e geram uma situação nociva ao País. Delações premiadas não são sentenças condenatórias. Um delator pode omitir, mentir, falar a verdade, falar meia verdade. O que ele fala não tem valor probatório definitivo e tem que ser investigado”, afirmou.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.