Cazaquistão criará agência própria de Ajuda Oficial ao Desenvolvimento
Astana, 21 mai (EFE).- O Cazaquistão terá uma agência de Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (AOD), segundo anunciou nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores, Erlan Idrissov, durante o Oitavo Fórum Econômico de Astana, realizado nos dias 21 e 22 de maio no Palácio da Independência da capital cazaque.
“Temos intenção de estabelecer uma agência denominada KazAid, que operará a Ajuda Oficial ao Desenvolvimento no Cazaquistão”, afirmou Idrissov em um debate sobre a AOD no Fórum.
“Estamos concebendo que tipo de agência vamos criar e quais vão ser suas delimitações quanto ao âmbito geográfico, temas, programas, aspectos humanos”, disse o ministro.
“Certamente, não somos os Estados Unidos ou a China, que podem proporcionar muitos mais recursos, mas estamos desejosos e preparados para fazer nossa própria contribuição modesta aos objetivos de desenvolvimento global”, acrescentou.
Após estabelecer o marco legal para a iniciativa, Astana está agora na fase de tornar operacional a capacidade de AOD do país.
“O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) está colaborando com o Ministério das Relações Exteriores cazaque no projeto”, acrescentou Idrissov.
O Cazaquistão é um país de renda médio-alta, com um Produto Interno Bruto per capita de US$ 11.500 em 2013. Segundo Idrissov, o país começa a sentir uma responsabilidade crescente em relação com esse nível de riqueza.
“A AOD é algo novo para nós. Somos conscientes de nossa responsabilidade para o crescimento regional e global”, explicou o ministro.
“Entendemos que a segurança, a estabilidade e o desenvolvimento são indivisíveis. Não se pode ter sucesso em seu desenvolvimento próprio se os países vizinhos não o têm. Portanto, para assegurar um futuro brilhante, é preciso assegurar ajudas aos esforços globais para apoiar o desenvolvimento e a estabilidade”, acrescentou.
A diretora do Pnud, Helen Clark, que também participou do debate, afirmou que as Nações Unidas veem o Cazaquistão como “um agente multilateral muito forte que está exercendo um papel importante nos debates que levam ao cumprimento de uma nova agenda de desenvolvimento sustentável”.
Clark destacou o papel do setor privado e das instituições financeiras na contribuição de fundos para o desenvolvimento.
“Fortalecer a capacidade de atrair investimento e de criar projetos solventes é em si mesmo um desenvolvimento essencial”, disse.
“Sabemos que os negócios respondem às regras do jogo que o governo estabelece. Segundo os sinais que enviem, os governos podem encorajar o setor privado a alinhar seus modelos de negócio e estratégias de investimento com objetivos de desenvolvimento sustentável”, destacou Clark.
Astana começou a estabelecer os fundamentos de um sistema de cooperação ao desenvolvimento no ano passado.
O Ministério das Relações Exteriores cazaque e o Pnud assinaram em outubro de 2014, o projeto “Apoio de análise para o estabelecimento de um sistema nacional de AOD”.
No dia 10 de dezembro de 2014, o presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, assinou dois textos legislativos a respeito: a Lei de Ajuda Oficial ao Desenvolvimento e outra lei que modificava certa legislação existente do mesmo âmbito.
A oitava edição do Fórum Econômico de Astana trata sobre “Infraestruturas: um motor de crescimento econômico sustentável”. Segundo os organizadores, o evento reúne mais de 10.000 participantes procedentes de 150 países.
Dirigentes mundiais, economistas e organizações internacionais se reúnem nesta iniciativa que se transformou em uma plataforma de diálogo para a formulação de projetos de desenvolvimento econômico global na Eurásia. EFE
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