Cerrado será monitorado já neste ano

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/05/2016 08h56
Olhares do Brasil - Rio Verde - GO - Foto: Érico Melo Fotos Públicas Cerrado

O governo federal anunciou, na última quinta-feira (5), as estratégias do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros, com prioridade para o Cerrado, e divulgou os primeiros dados do novo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter-B), indicando uma redução da área desmatada na Amazônia. Segundo o levantamento feito por satélite, entre agosto de 2015 e abril deste ano, o desmatamento atingiu 3,6 mil quilômetros quadrados da região.
O programa dos biomas vai avaliar a cobertura vegetal, queimadas e recuperação da vegetação com um cronograma a ser implementado até 2020. O projeto abrange todos os seis biomas encontrados no Brasil, ou seja, Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Pampa e Caatinga. As metas preveem que haverá um monitoramento anual de desmatamento para o Cerrado já neste ano. Uma vigilância contínua para o Cerrado será implementada em dois anos. Para a Mata Atlântica ocorrerá um monitoramento em 2017 e para os demais biomas, apenas em 2018. 

Desmatamento

Em relação à Amazônia, o governo informou que o Deter-B mostrou uma redução da área desmatada em torno de 2,2 mil km² em relação ao levamento oficial (Prodes) divulgado no ano passado. O Prodes identificou um desflorestamento em 5,8 mil km². “Não é para comparar, mas o Deter-B mostra que estamos 2,2 mil km² abaixo da taxa anterior”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. 

Segundo ela, a revelação do novo sistema é animadora porque as informações que estavam chegando ao ministério eram de que o desmatamento estava avançando, por causa do momento econômico ruim.

“Ainda temos três meses críticos (de maio a julho) no combate ao desmatamento e temos de fazer esforços para que esta taxa de desmatamento caia. Mas o importante é que os números estão dentro do previsto pela fiscalização”, disse a ministra. Os dados do Prodes incluem as informações colhidas entre agosto do ano anterior e julho do ano em curso. 

Izabella destacou também que a taxa de desmatamento medida pelo Prodes é feita mais detalhadamente com a checagem em campo das informações recebidas pelos satélites, enfatizando, no entanto, que o Deter-B vai oferecer os dados que indicam onde estão áreas com grande tendência de desmatamento. “É a primeira vez que foi feito este dado. Estamos enxergando mais, nos antecipando para combater o desmatamento da Amazônia”, disse. 

Uso da terra

O governo também divulgou, ontem, uma avaliação do uso da terra nas áreas desflorestadas da Amazônia Legal entre 2004 e 2014. O resultado aponta um aumento da chamada vegetação secundária, o que significa que áreas desmatadas no passado estão com maior robustez de floresta.

O documento mostra também que a faixa etária da floresta é predominantemente acima de 11 anos. “Ou seja, está se consolidando (o reflorestamento)”, avaliou. 

Os números mostram ainda um incremento da agricultura na região, mas ocupando áreas principalmente que eram de pastagem. Isso significa que não houve novos desflorestamentos para a agricultura. A pastagem ainda é predominantemente a atividade que mais substituiu a floresta.

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