Congresso entende que resolver incerteza fiscal é fundamental, diz Meirelles

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/10/2016 17h51
Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante audiência pública da Comissão Especial sobre Novo Regime Fiscal (PEC 241/16), na Câmara dos Deputados (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil ministro da Fazenda

O Congresso brasileiro entende a importância do ajuste fiscal e está consciente de que resolver as incertezas relacionadas à trajetória das contas públicas é fundamental para a retomada do crescimento e para a geração de empregos, afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a jornalistas nesta quinta-feira (6), em Washington, onde participa da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. O ministro fará um pronunciamento curto em rede nacional de televisão falando sobre a necessidade do ajuste e explicando o que o governo está fazendo.

Para o País sair da recessão, segundo Meirelles, é necessário que a incerteza trazida pela expansão da dívida pública seja eliminada. “Existe uma preocupação crescente que, no longo prazo, isso não será sustentável, cria um problema potencial de solvência”, ressaltou o ministro.

Por isso, Meirelles mencionou que é importante que o governo controle a expansão das despesas de forma constitucional, por meio de uma PEC, na medida em que mais de 75% dos gastos federais são atrelados por leis à Constituição. “No momento em que fica claro que para a economia voltar a crescer, para o emprego voltar a crescer, é necessário fazer o ajuste fiscal, os congressistas ficam cada vez mais sensíveis ao ajuste, que em última análise é o interesse do eleitor dele, que é o emprego, o crescimento e a renda”.

Meirelles disse que, nas reuniões que tem feito em Washington durante o encontro anual do FMI, a questão fiscal tem dominado as conversas sobre o Brasil. Na entrevista à imprensa, o assunto também acabou prevalecendo e uma das perguntas foi sobre se a população brasileira está entendendo a necessidade das medidas fiscais. “Existe uma série de coisas que estão sendo feitas nesse sentido, existe uma campanha de publicidade, por exemplo, que começa a ir ao ar levando estas mensagens claramente à população, em uma linguagem direta, objetiva e clara”.

PIB

O Brasil pode voltar a crescer na virada do ano e engatar uma recuperação em 2017, afirmou Meirelles. O FMI projeta expansão de 0,5% para o Brasil em 2017, abaixo da estimativa do Banco Mundial, de 1,1%. Perguntado sobre qual previsão o ministro acha mais realista, ele disse que a Fazenda trabalha com 1,6%. “O mercado está subindo, indo para 1,3% e acreditamos que o viés é crescente. É normal que as instituições multilaterais, olhando o mundo todo, sejam conservadoras”.

Meirelles disse que o governo está com a “mão no pulso” e a economia deve crescer mais que o Banco Mundial prevê. “Na virada do ano nós já teremos crescimento positivo. A economia já começa a se estabilizar, o que significa que a recessão começa a diminuir”.

O ministro ressaltou que o ajuste fiscal não vai atrapalhar o crescimento brasileiro e citou estudos que concluíram que, quando a dívida bruta em relação ao PIB começa a se aproximar de 70%, “a expansão fiscal claramente deixa de ser estímulo à economia”. Já a queda das despesas públicas ajuda a melhorar as expectativas e os índices de confiança, sendo positiva para o avanço da atividade.

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