Delação da J&F era “extremamente problemática”, afirma Gilmar Mendes

  • Por Estadão Conteúdo
  • 05/09/2017 16h35 - Atualizado em 05/09/2017 16h42
Antonio Cruz/Agência Brasil 24/05/2017- Brasília- DF, Brasil- O ministro do STF e presidente do TSE, Gilmar Mendes, participa de um debate sobre política nacional de drogas, durante a Conferência Internacional de Ciências Forenses Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse que a delação da J&S utilizada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para denunciar o presidente Michel Temer, era “extremamente problemática” e amparou investigações precárias. As declarações foram feitas na manhã desta terça-feira, 5, em Paris, onde o ministro tem agenda oficial.

Na avaliação de Mendes, o STF já havia levantado questões sobre a pertinência e a legalidade do acordo de delação premiada firmado pela PGR. “Eu chamei a atenção no julgamento da questão da delação de que nós precisávamos tomar todo cuidado. Inclusive, quanto à possibilidade de revisão, a necessidade de apreciar esses casos no colegiado e me parece que meus prognósticos se confirmaram”, afirmou o ministro.

Sobre as supostas citações a membros do STF nas novas gravações entregues à PGR, Mendes pediu mais uma vez calma nas investigações. “Temos que esperar. Isso tem que ser revelado. Essa guerra psicológica não adianta nada, né? Quer dizer, o importante é que se esclareça e que se tire isso tudo a limpo”, reiterou.

Quanto à perspectiva de que a delação seja anulada, e que as provas obtidas a partir das gravações sejam questionadas pela defesa dos suspeitos, Mendes considera que seja uma possibilidade. “Vamos aguardar. Eu tenho a impressão que todos sabiam que era uma delação extremamente problemática, desde o começo”, avaliou.

“A Polícia Federal tinha feito observações muito críticas em relação à pressa com que a Procuradoria conduziu todo o episódio e agora está se vendo o preço que se cobra para isso”, completou o ministro.

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