Descoberta de proteína por pesquisadores pode reduzir mortes por sepse no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 26/01/2016 16h04
BIE - Banco de Imagens Externas da Agência Senado. Com risco de escassez de água, parlamentares propõem combate ao desperdício. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 112/2013 foi aprovado no primeiro semestre pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e aguarda deliberação da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado Pedro França/Agência Senado Água

Descoberta científica inédita da USP de Ribeirão Preto pode reduzir as 350 mil mortes por sepse que ocorrem todos os anos no Brasil. Pesquisadores da Faculdade de Medicina identificaram a proteína Icaa dentro da bactéria Coxiella burnetii, responsável pelo choque séptico.

Atualmente, um terço dos leitos em UTIs é ocupado por pacientes internados com sepse grave e 60% dos óbitos se dão em hospitais públicos.

O coordenador do estudo, professor Dario Zamboni, detalhou a substância que pode combater a manifestação sistêmica de uma infecção.

“A gente conseguiu a publicação em uma revista especializada e é uma proteína que não tem nenhuma outra estrutura conhecida. Temos alguns trabalhos para identificação do cristal e a estrutura dessa molécula e alguns outros trabalhos que a gente continua prosseguindo para avaliar a estabilidade dela no organismo e ver se ela pode, eventualmente, ser utilizada como futuro tratamento. Então não estamos em uma etapa de tratamento, estamos na etapa de entender a estrutura e ver como ela funciona”, explicou.

Há duas maneiras de contrair sepse: na comunidade ou em ambientes de saúde, a temida infecção hospitalar. O presidente do Instituto Latino Americano de Sepse, Luciano Azevedo, explicou por que o Brasil tem mais casos do que a Índia.

“Algumas causas são relacionadas ao nosso sistema de saúde. Então a gente tem um número muito baixo na relação entre profissionais de saúde e pacientes. O mesmo enfermeiro ou técnico de enfermangem cuida de vários pacientes ao mesmo tempo, o que aumenta a chance de infecção. Outro problema é que os profissionais de saúde não tem a noção da importância da lavagem de mãos no manuseio do apciente e isso também é um fator de risco para surgimento de infecções. É a medida mais simples, fácil e barata para prevenir. O álcool previne, mas basta lavar as mãos com água e sabão”, disse.

No mundo, 20 milhões de pessoas morrem todos os anos por sepse, termo antigo para infecção generalizada; no Brasil, 55% das vítimas não sobrevivem. Os principais sintomas são febre, fraqueza, calafrios, o coração bate mais rápido e a respiração fica mais difícil.

*Informações da repórter Renata Perobelli

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