Ecologistas denunciam reverendo que fazia fiéis comerem serpentes vivas

  • Por Agencia EFE
  • 16/07/2015 14h46

Johanesburgo, 16 jul (EFE).- A Sociedade Protetora dos Animais sul-africana (SPCA) denunciará perante a justiça o autodenominado “profeta dos Ministérios do Final dos Tempos”, Penuel Mnguni, que fazia seus fiéis comerem serpentes vivas, informaram nesta quinta-feira os meios de comunicação locais.

“Estamos realizando uma investigação preliminar para abrir um processo criminal contra ele”, disse ao “Rand Daily Mail” Mishack Matlou, inspetor da SPCA em Pretória, onde o suposto profeta vive e tem sua congregação.

Os ecologistas decidiram atuar após a aparição nos meios de comunicação de fotos publicadas no Facebook, nas quais seguidores do pastor Mnguni ingeriam serpentes vivas durante os serviços.

“Imaginem o que é ser comido vivo. Isto tem que parar”, acrescentou com indignação o inspetor da SPCA, que qualificou a prática de “cruel”.

Membros da SPCA visitaram na quarta-feira o líder religioso para pedir que deixe os animais em paz, mas este respondeu que não tem serpentes em cativeiro na igreja, mas as captura quando necessita graças a seus poderes divinos.

O reverendo, de apenas 25 anos, assegura que pode transformar as serpentes em chocolate, as pedras em pão e seus próprios fiéis em serpentes, segundo meios de comunicação locais.

O “profeta” Mnguni é conhecido, além disso, por obrigar seus discípulos a ficarem nus, beber gasolina e comer erva durante algumas de suas missas.

O dirigente da SPCA disse que não importa o que o “profeta” faz com os que frequentam sua igreja, sempre que não atente contra os direitos dos animais.

As críticas a Mnguni chegaram hoje também do Conselho Nacional inter-religioso da África do Sul, que acusou o polêmico pastor de “danificar a sociedade” e “comercializar a religião”.

“O que ele faz sequer está fundamentado em alguma escritura”, disse o reverendo Thamin Mvambo, membro da citada instituição, que considera que os supostos milagres de Mnguni só ocorrem nas mentes de seus fiéis.

Mvambo -que lamenta que o “profeta dos Ministérios do Fim dos Tempos” se negue a dar explicações sobre sua liturgia- declarou que as autoridades não podem intervir no escândalo, porque na África do Sul a liberdade religiosa é reconhecida, e acrescentou que os líderes religiosos devem se autorregular. EFE

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