Alta do PIB de 2018 cai de 2,75% para 2,70%, prevê Focus

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 07/05/2018 14h40 - Atualizado em 07/05/2018 14h40
Marcos Santos/USP Imagens Marcos Santos/USP Imagens O câmbio médio em 2018 subiu de R$ 3,34 para R$ 3,37, aponta Focus

O mercado financeiro reduziu novamente suas expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2018. A projeção de crescimento do PIB este ano caiu de 2,75% para 2,70% no Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 7. Há quatro semanas, a estimativa era de expansão de 2,80%. Para 2019, o mercado manteve a previsão de alta de 3,00% para o produto, mesmo patamar de quatro semanas atrás.

No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado pelo BC no fim de março, a autoridade monetária manteve sua projeção de alta do PIB deste ano em 2,6%. Já a expectativa do Ministério da Fazenda é de 3,0%.

No relatório Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2018 passou de alta de 4,28% para avanço de 3,81%. Há um mês, estava em 4,29%. No caso de 2019, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 3,50%, número igual ao verificado quatro semanas antes.

A pesquisa mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2018 seguiu em 55,00%. Há um mês, estava no mesmo patamar. Para 2019, a expectativa permaneceu em 57,00%, ante 57,20% de um mês atrás.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2018 na pesquisa Focus desta segunda. A estimativa de superávit comercial passou de US$ 56,10 bilhões para US$ 55,00 bilhões. Um mês atrás, a previsão também estava em US$ 55,00 bilhões. Para 2019, a estimativa de superávit foi de US$ 45,00 bilhões para US$ 46,00 bilhões, ante US$ 45,83 bilhões de um mês antes.

Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2018 ficará em US$ 56 bilhões.

No caso da conta corrente, as previsões contidas no Focus para 2018 seguiram indicando déficit de US$ 25,00 bilhões, ante US$ 25,60 bilhões de quatro semanas antes. Para 2019, a projeção de rombo foi de US$ 38,58 bilhões para US$ 37,70 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado para o próximo ano era de US$ 39,10 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário, tanto em 2018 quanto em 2019. A mediana das previsões para o IDP em 2018 seguiu em US$ 75,00 bilhões, ante US$ 80,00 bilhões de um mês atrás. Para 2019, a expectativa está em US$ 80,00 bilhões, mesmo valor de uma semana e um mês antes.

Selic

Os economistas mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) para o fim de 2018 e de 2019. O relatório trouxe que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 6,25% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar. Já a projeção para a Selic em 2019 seguiu em 8,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo nível.

No Focus, a Selic média de 2018 permaneceu em 6,34% ao ano, número igual ao verificado um mês antes. A taxa básica média de 2019 foi de 7,10% para 7,15%, ante 7,18% de um mês atrás.

Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções de médio prazo (Top 5), a projeção da taxa básica em 2018 seguiu em 6,25% ao ano, mesmo valor de um mês antes. No caso de 2019, a projeção do Top 5 para a Selic seguiu em 7,50%, ante 8,00% de um mês atrás.

Próximas reuniões

Os economistas consultados pelo BC esperam por um corte de 0,25 ponto porcentual da Selic em maio, de 6,50% para 6,25% ao ano. Depois disso, conforme o Sistema de Expectativas de Mercado do relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, a projeção é de que a Selic permaneça em 6,25% ao ano até maio de 2019, quando a taxa subiria a 6,50% ao ano. Este aumento marcaria o início de um novo ciclo, desta vez de alta para os juros básicos.

O Sistema de Expectativas indica ainda elevação da Selic para 6,75% ao ano em junho de 2019, 7,00% em julho, 7,25% em agosto e 7,50% em setembro do próximo ano.

Inflação

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a previsão para a inflação de 2018. O Relatório de Mercado Focus mostra que a mediana para o IPCA este ano seguiu em 3,49%. Já a projeção para o índice em 2019 permaneceu de 4,03%.

A projeção dos economistas para a inflação em 2018 está próxima do piso da meta deste ano, cujo centro é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3,0% a 6,0%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%).

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2018 no Focus caiu de 3,56% para 3,40%. Para 2019, a estimativa do Top 5 seguiu em 4,00%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,41% e 3,70%, respectivamente.

Tanto na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) quanto no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgados em março, o BC projetou o IPCA em 3,8% ao fim de 2018 e em 4,1% ao final de 2019, considerando o cenário de mercado.

No Focus, a inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de 4,08% para 4,12% de uma semana para outra – há um mês, estava em 4,00%.

Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para abril de 2018 seguiu em 0,31%. Um mês antes, estava em 0,33%. No caso de maio, a projeção permaneceu em 0,32%, igual ao projetado quatro semanas antes.

Na próxima quinta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o IPCA de abril. Em março, o índice foi de 0,09%. No acumulado do primeiro trimestre, o IPCA atingiu 0,70%.

Preços administrados

O Relatório Focus indicou nesta manhã manutenção na projeção para os preços administrados em 2018 e 2019. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano seguiu em 5,00%. Para 2019, a mediana seguiu em 4,44%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 4,90% para os preços administrados neste ano e elevação de 4,50% no próximo ano.

As projeções atuais do BC para os preços administrados indicam elevações de 4,8% em 2018, 3,8% em 2019 e 4,0% em 2020. Estes porcentuais foram atualizados no Relatório Trimestral de Inflação divulgado no fim de março.

Outros índices

O relatório do BC mostrou, ainda, que a mediana das projeções do IGP-DI de 2018 passou de 4,52% para 4,53%. Há um mês, estava em 4,44%. No caso de 2019, o IGP-DI projetado foi de 4,25% para 4,26%, ante os mesmos 4,26% de quatro semanas antes.

Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.

Outro índice, o IGP-M, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, foi de 4,78% para 4,80% nas projeções dos analistas para 2018. Quatro levantamentos antes, estava em 4,53% Para 2019, a projeção foi de 4,44% para 4,45%, ante 4,30% de quatro semanas atrás.

Já a mediana das previsões para o IPC-Fipe de 2018 foi de 3,09% para 2,90% no Focus. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 3,19%. No caso de 2019, a projeção passou de 4,00% para 4,05%, ante 4,06% de um mês antes.

Câmbio

No relatório de mercado Focus, é verificada uma leve alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2018. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano passou de R$ 3,35 para R$ 3,37, ante os R$ 3,30 verificados há um mês. Já o câmbio médio no ano passou de R$ 3,34 para R$ 3,37, ante R$ 3,29 de um mês atrás.

Para o ano que vem, a projeção para o câmbio no fim do ano seguiu em R$ 3,40, ante R$ 3,39 de quatro pesquisas atrás. Já a expectativa dos economistas consultados para o câmbio médio no próximo ano foi de R$ 3,37 para R$ 3,40, ante os R$ 3,35 previstos um mês atrás.

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