BNDES planeja desembolsar de R$ 75 bi a R$ 100 bi a mais em 2022

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/12/2017 16h17
Agência Brasil Agência Brasil BNDES garante que o crescimento econômico de 2018 poderá chegar perto de 4%, diferentemente do que aponta a maioria das projeções, na casa de 3%

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, afirmou nesta quarta-feira, 6, no fim de uma palestra, que o planejamento da instituição de fomento prevê a possibilidade de os desembolsos anuais chagarem de R$ 150 bilhões a R$ 175 bilhões em 2022.

Em palestra durante almoço após o Encontro Brasil-França, promovido pela Federação das Indústrias do Rio (Firjan) e pelo Movimento de Empresas da França (Medef), Rabello mostrou gráficos para mostrar que os desembolsos do BNDES poderão subir nos próximos anos, com a recuperação da economia.

“Chegaremos em 2022, talvez, desembolsando, sobre os R$ 75 bilhões atuais, outros R$ 75 bilhões ou talvez R$ 100 bilhões. Esse é o nosso planejamento”, afirmou Rabello.

Mais cedo, Rabello disse que o crescimento econômico de 2018 poderá chegar perto de 4%, diferentemente do que aponta a maioria das projeções, na casa de 3%.

Nova política operacional

Rabello de Castro afirmou que R$ 150 bilhões é um bom número para os desembolsos da instituições de fomento em 2022, conforme planejamento que está em construção e será divulgado por volta de fevereiro de 2018. Rabello disse o número em palestra no Rio e confirmou a jornalistas, após sua fala, que é possível atingir tal valor apesar das devoluções antecipadas ao Tesouro.

Segundo Rabello, o banco de fomento deve divulgar no início do ano novos parâmetros para se desfazer dos ativos, o planejamento estratégico e uma revisão da política de crédito.

Os desembolsos do BNDES deverão encerrar 2017 na casa de R$ 75 bilhões, retomando o nível de 2007. Questionado sobre de onde viria o funding para tamanha elevação até 2022, Rabello citou a possibilidade de captar recursos no exterior, no mercado de capitais local e com a venda da carteira de ações.

“O mundo está repleto de recursos precisando de bons intermediadores. Aliás, os recursos existem inclusive no mercado de capitais brasileiro. Pode haver Securitização da carteira de crédito, venda da nossa carteira de ações”, afirmou Rabello, antes de deixar o almoço do Encontro Brasil-França, promovido pela Federação das Indústrias do Rio (Firjan) e pelo Movimento de Empresas da França (Medef).

O BNDES, por meio da BNDESPar, é o maior investidor institucional do mercado brasileiro, com carteira avaliada em torno de R$ 70 bilhões. Questionado se vender esses ativos está nos planos, Rabello disse: “Está completamente nos planos”.

Questionado se a meta de elevar os desembolsos a R$ 150 bilhões não iria na contramão de um novo papel do BNDES na economia, Rabello disse que o banco é casado com o desenvolvimento nacional. “O banco Não vai ficar esperando ninguém nem nada, nem nenhum livro texto escrito por algum liberal perdido numa rua em São Paulo, que diga que a gente tem que se desenvolver esperando que o mercado apareça”, afirmou o executivo.

Rabello evitou detalhar como poderia ser a venda da carteira de ações. Disse apenas que parâmetros para se desfazer dos ativos serão anunciados junto com o planejamento estratégico e uma revisão da política de crédito, no início do ano. Pelo menos até o fim de outubro, o BNDES já havia vendido R$ 3,5 bilhões de sua carteira neste ano, como revelou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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