Cautela com Previdência faz dólar fechar perto da estabilidade

  • Por Jovem Pan
  • 25/02/2019 19h07 - Atualizado em 25/02/2019 19h08
Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas Expectativa é que entre R$ 3,70 e R$ 3,75

Depois de cair a R$ 3,72 pela manhã, seguindo o enfraquecimento da moeda no mercado internacional, o dólar chegou a subir e terminou o dia perto da estabilidade. Um dos motivos da queda foi o anúncio do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, de que prorrogaria o prazo para o fim da trégua tarifária com a China, fato que marca mais um avanço no processo de diminuir as tensões comerciais bilaterais.

A expectativa sobre a tramitação da reforma da Previdência no Congresso e alguns eventos previstos para os próximos dias no Brasil e no exterior deram movimento à moeda durante a tarde, mas a notícia de que a instalação da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara foi adiada para depois do carnaval não agradou. A CCJ é o ponto inicial para a tramitação de qualquer projeto tanto na Câmara quanto no Senado. É por meio da Comissão que se vota a admissibilidade de um projeto.

O sócio-diretor da Assessoria Via Brasil Durval Corrêa acredita que o mercado de câmbio está operando sem fôlego para firmar uma tendência porque não há detalhes concretos das articulações do governo. Com esse cenário, a moeda tem dificuldade de firmar um rumo.

“A organização do governo ainda está lenta”, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao falar do adiamento da instalação da CCJ. Mais cedo, ele havia declarado que os pontos mais sensíveis da reforma são os benefícios (BPC), aposentaria rural e tempo de contribuição.

O dólar à vista fechou em leve alta de 0,08%, a R$ 3,7437, enquanto a moeda americana caiu ante outros emergentes, como a Turquia e a África do Sul.

Para Corrêa, sem fatos novos sobre a reforma, a expectativa é que a moeda americana fique oscilando na casa dos R$ 3,70/R$ 3,75.

Eventos que devem acontecer nos próximos dias também já têm impacto sobre a moeda. Nesta semana, indicadores importantes, como o PIB do Brasil e dos Estados Unidos, serão divulgados. Além disso, há expectativas de discursos do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Jerome Powell, e a sabatina no Senado do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Com Agência Estado

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