Com forte alta, grupo Alimentação contribui mais para avanço do IPC-M em janeiro

  • Por Estadão Conteúdo
  • 30/01/2018 09h45
Tânia Rêgo/Agência Brasil Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), também foi registrado acréscimo nas taxas de variação de outras três classes de despesas

Os preços no varejo atuaram no sentido de elevação no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de janeiro ante dezembro, que desacelerou de 0,89% para 0,76%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) subiu de 0,30% para 0,56%, com a influência principal, assim como no mês anterior, do grupo Alimentação, que teve forte alta no período, de 0,13% para 1,11% Dentro do segmento, o item hortaliças e legumes foi o que mais contribuiu para avanço, ao ter alta de -3,56% para 13,56%.

Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), também foi registrado acréscimo nas taxas de variação de outras três classes de despesas. Uma delas é Educação, Leitura e Recreação (0,87% para 1,46%), com influência típica no período de cursos formais (estabilidade para 3,59%) por causa dos reajustes das mensalidades educacionais. Transportes também avançou (0,78% para 0,92%) e teve a principal contribuição de tarifa de ônibus urbano (-0,70% para 1,03%), que sofre o efeito do aumento dos preços em várias capitais. Por fim, Comunicação saiu de -0,19% para 0,26%, com o destaque de tarifa de telefone residencial (-2,05% para 0,06%).

Em contrapartida, quatro classes de despesas tiveram decréscimo nas taxas de variação: Vestuário (0,61% para -0,28%), por influência de roupas (0,77% para -0,79%); Habitação (-0,06% para -0,17%), com contribuição de taxa de água e esgoto residencial (1,82% para 0,17%); Saúde e Cuidados Pessoais (0,44% para 0,40%), em que perfume (0,07% para -0,80%) foi a principal influência; e Despesas Diversas (0,18% para 0,17%), com a desaceleração de clínica veterinária (0,94% para 0,21%).

Entre as maiores influências individuais de alta no IPC-M de janeiro, segundo a FGV, estão tomate (-5,62% para 39,58%), gasolina (2,40% para 2,16%), plano e seguro de saúde (que manteve a taxa de 0,95%), curso de ensino fundamental (0,00% para 4,40%) e curso de ensino superior (0,00% para 2,57%).

Já entre as maiores influência individuais de baixa estão os itens tarifa de eletricidade residencial (-1,49% para -2,19%), que tem deflação por causa da adoção da bandeira verde no mês, condomínio residencial (0,01% para -0,77%), show musical (1,91% para -2,24%), seguro obrigatório para veículo (0,00% para -25,07%) e tarifa de táxi (5,83% para -2,31%).

Construção

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acelerou a alta de 0,14% em dezembro para 0,28% em janeiro, conforme divulgado na última Sexta-feira (26). O aumento tem a influência do grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, que avançou de 0,22% para 0,59%, enquanto o grupo relativo à mão de obra arrefeceu de 0,07% para 0,03%.

Matérias-Primas Brutas

O estágio de produção de Matérias-Primas Brutas (2,50% para 1,08%) foi o responsável pela desaceleração dos preços no atacado do IGP-M em janeiro ante dezembro (1,24% para 0,91%) e, por sua vez, pelo alívio do indicador cheio no período (0,89% para 0,76%), mostra a FGV.

Dentro do grupo, as principais influências foram a queda da soja em grão (1,46% para -2,22%) e o decréscimo das variações de minério de ferro (9,48% para 6,57%) e de bovinos (2,92% para 1,33%).

Já a contribuição para aceleração de Bens Finais (0,48% para 0,64%) foi o aumento do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa de variação passou de -1,87% para 3,21%, enquanto o avanço de Bens Intermediários (1,01% para 1,05%) foi provocado pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que subiu de 1,47% para 2,54%.

De acordo com a FGV, entre as maiores influências de baixa no IPA de janeiro estão, além de soja em grão, ovos (0,48% para -4,93%), leite in natura (-0,33% para -2,62%), carne de aves (-0,60% para -3,37%) e óleo de soja em bruto (-1,39% para -7,37%).

O minério de ferro, apesar da desaceleração, figura como principal influência de alta nos preços do atacado em janeiro, seguido por óleo diesel (-1,30% para 3,96%), gasolina automotiva (2,74% para 3,20%), batata-inglesa (-6,79% para 20,32%) e milho em grão (mesmo com o alívio de 2,92% para 2,36%).

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