Construção civil estagnou em setembro, aponta Confederação Nacional da Industria

  • Por Jovem Pan
  • 29/10/2018 17h06
Reprodução - SONDAGEM INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO No gráfico é possível observar o movimento de retração do setor, com a variação para baixo da produção e emprego

A CNI, Confederação Nacional da Indústria, divulgou nesta segunda-feira (29) a edição mais recente da Sondagem Indústria da Construção, referente ao mês de setembro deste ano. De acordo com o relatório, a construção civil estagnou no país e tanto a produção quanto os empregos do setor fecharam o trimestre negativos.

O nível de atividade – produção – cai de 47,8 pontos em agosto para 45,7 no mês seguinte. Já o índice de emprego teve queda menor, de apenas 1 ponto, passando de 46,1 para 45,1. Na metodologia utilizada para a análise, os valores vão de 0 a 100 e quando aparecem abaixo dos 50 pontos indicam que há retração no setor, ou seja, menor poder produtivo e menor geração de empregos.

Os principais problemas que o setor enfrenta, de acordo com os resultados, são a carga tributária, para mais de 40% dos entrevistados, seguida de “demandas internas insuficientes”, com 34% e burocracia excessiva, com 27,9%.

Dá para comemorar, mas não muito

Apesar da estagnação, há pontos positivos revelados pela sondagem. O UCO, Índice de Utilização da Capacidade de Operação, fechou setembro em 61%, na pratica isso significa que a ociosidade do setor diminuiu, chegando ao ponto mais baixo deste ano. Entretanto, o relatório aponta que apesar da diminuição da ociosidade, o setor mantém 39% das suas máquinas, funcionários e equipamentos parados.

Para Marcelo Azevedo, economista da CNI, as eleições podem explicar um pouco o cenário de estagnação, mas que os próximos meses, ainda que incertos, devem revelar mais. “O setor enfrenta uma série de problemas, como a baixa demanda, burocracia excessiva e situação financeira delicada. Além disso, há a incerteza com relação aos próximos meses. Por isso, os dados mostram sinais de estagnação e cautela”, ressaltou.

O relatório também indica que entre o otimismo e o pessimismo, o setor escolhe a prudência. A linha de expectativas para os próximos meses se aproximou nesta edição da sondagem dos 50 pontos, o que quer dizer que não há grande otimismo assim como não há pessimismos aflorados. Os empresários não se mostram muito confiantes, embora o índice que mede essa confiança tenha crescido 1,3 ponto, chegando a 59,1 pontos e se aproximando da média histórica de 52,9 pontos.

Entre os dias 1 e 15 de outubro, 569 empresas participaram da sondagem, divididas em: pequeno porte (196), médio porte (248) e grande porte (125).

*com informações de Estadão Conteúdo

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