Crise argentina e Vale devem travar crescimento da indústria, segundo economistas

  • Por Jovem Pan
  • 02/02/2019 13h32
Adriano Machado/Reuters fachada vale

A recessão argentina e a redução na produção da Vale em decorrência do rompimento da barragem em Brumadinho já fazem economistas reverem, para baixo, as projeções de crescimento da indústria para 2019. Em 2018, o setor fechou com crescimento de apenas 1,1%.

O Ibre, da FGV, estimava, em dezembro, uma alta de 2,5% na indústria em 2019. Agora, após analisar as consequências da crise no país vizinho, prevê 1,8%, e ainda fará uma nova redução para incluir os efeitos da Vale.

A crise instalada na Argentina, com poucas perspectivas de recuperação no curto prazo, tem um papel crucial na queda, já que o país vizinho é destino importante para as exportações das fábricas brasileiras. No caso da indústria de transformação, a mais afetada, o Ibre reduziu sua projeção de crescimento de 2,8% para 1,4%.

“Hoje, a principal fonte de incerteza na indústria está relacionada à Argentina, e isso só deve diminuir a partir de julho”, destaca a economista Luana Miranda, do Ibre. Segunda a economista, o desempenho da indústria no mercado interno também deve ser fraco por causa da lenta retomada do mercado de trabalho. Portanto, uma melhora nas exportações seria essencial para o setor ter um resultado significativo.

Para a indústria extrativa – que inclui as atividades da Vale -, o Ibre projetava uma alta de 2,6% neste ano. O segmento seria o principal propulsor da indústria. Porém, o impacto de Brumadinho não poderá ser desprezado. A extração de minério de ferro é responsável por 40% do PIB do segmento, e a Vale, que já anunciou uma redução de 10% na produção, é responsável quase pela totalidade disso.

Com Agência Estado

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