Dólar atinge marca de R$ 3,66, maior valor desde abril de 2016

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 15/05/2018 18h00 - Atualizado em 15/05/2018 18h45
Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas Ao longo do dia, moeda norte-americana chegou a se aproximar da marca dos R$ 3,70

Nesta terça-feira (15), o dólar fechou em alta pelo terceiro dia seguido, atingindo a marca de R$ 3,6617. O valor representa alta de 0,94% em relação ao pregão anterior e é o maior desde o dia 7 de abril de 2016.

A incerteza eleitoral no Brasil e o temor de novas movimentações nos juros dos Estados Unidos foram, mais uma vez, os causadores da subida. Ao longo do dia, a moeda norte-americana chegou a se aproximar da casa dos R$ 3,70.

O dólar turismo também sofreu com a alta e foi negociado a R$ 3,82. Em algumas casas de câmbio, o valor chegou a atingir os R$ 4,00 no cartão pré-pago, já incluindo a alíquota de 6,38% do IOF.

Segundo um especialista, o fato de o dólar ter segurado a valorização aqui apesar das máximas da T-Note é um bom sinal. Confirmada a cotação nesse fechamento, nesse dia mais nervoso, o sinal é que, nesses níveis mais próximos dos R$ 3,70, o dólar atrai fluxo vendedor, particularmente de exportadores. “A verdade é que quem tentar entender o comportamento do câmbio por aqui minuto a minuto vai ficar maluco”, resumiu um operador.

Os juros dos Treasuries acumularam máximas também à tarde após o presidente da distrital de San Francisco do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), John Williams, reafirmar que três a quatro aumentos de juros neste ano “é a direção certa para a política monetária”. Apesar de, em tese, ele manter a dúvida, uma vez que a especulação dos investidores é sobre se os juros subirão três ou quatro vezes este ano nos Estados Unidos, o mercado repercutiu a fala dele com novas altas dos Treasuries. Pela manhã, as taxas reagiram aos dados de vendas no varejo nos EUA, que subiram 0,3% em abril, dentro do esperado, mas foram revisadas para cima em março (de 0,6% para +0,8%) nutrindo o aumento das apostas em quatro altas de juros.

Questionado sobre a valorização do dólar, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, relacionou a alta a fatores externos. Ele destacou que o País tem contas externas controladas com um déficit pequeno em transações correntes, financiado pela entrada de investimentos diretos, além de um grande volume de reservas internacionais. “O melhor que o governo pode fazer diante dessa mudança de cenário externo é persistir nas reformas estruturais e nas medidas de consolidação fiscal”, respondeu.

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