Dólar fecha cotado a R$ 3,70 e renova máxima de 2018

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 17/05/2018 17h48 - Atualizado em 17/05/2018 18h32
Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas Ao longo do dia, a moeda norte-americana chegou a bater a marca de R$ 3,71, atingido a máxima de R$ 3,7131

Nesta quinta-feira (17), o dólar enfrentou novo dia de alta e fechou cotado a R$ 3,7015, maior valor desde março de 2016. A valorização de 0,61% aconteceu devido a cenários externos, mesmo com as tentativas do Banco Central de reduzir essa escalada.

Ao longo do dia, a divisa oscilou entre a mínima de R$ 3,6544 (-0,57%), após a abertura e a máxima de R$ 3,7130 (+0,83%).

Já o dólar turismo fechou a R$ 3,86 depois de alcançar o patamar de R$ 3,88. Em casas de câmbio, a moeda chegou a ser negociada por mais de R$ 4,00 novamente, com o preço do IOF já incluso neste valor.

Marcos De Callis, estrategista de private banking do Banco Votorantim, afirma que não é possível criticar a atitude mais cautelosa do Banco Central, “mas a forma dele de se comunicar com o mercado antes de anunciar a decisão induziu muita gente a erro”, afirmou ele, referindo-se ao discurso das últimas semanas de Ilan Goldfajn, presidente do BC, no qual reforçou que havia espaço para novo corte da Selic.

Mas De Callis destaca que, aparentemente, de uma semana para cá, houve uma mudança relevante sobre a percepção de risco para emergentes, nesse novo cenário global de apreciação da moeda americana. Essa percepção, na avaliação do especialista, ficou mais explícita na comunicação de quarta-feira do BC. “Sabemos que quando sobe a percepção de risco para emergentes, o canal de transmissão disso é o câmbio”, afirmou. Ele destaca que, apesar dos problemas internos no Brasil, como o ajuste fiscal e as eleições, os emergentes, em bloco, estão sendo enxergados com risco maior pelos investidores – isso também razão para a forte queda das blue chips na bolsa hoje.

Após o anúncio de quarta-feira do Copom, o mercado esperava que o dólar até poderia devolver um pouco da valorização ante o real, mas só se o cenário externo colaborasse, o que não aconteceu. O dólar teve dia de alta em relação a outras moedas emergentes e os juros americanos continuaram em alta – o de 10 anos subia, às 17h, 0,39%, para 3,109%; e o de 30 anos avançava 0,92%, para 3,2472%. No mesmo horário, a moeda americana ante o rublo avançava 0,77%; ante o peso mexicano (+0,76%); ante o peso chileno (+0,25%); frente ao rand (+1,27%); e ao dólar australiano (+0,10%).

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.