Dólar para setembro volta aos R$ 4,00 com cautela no exterior

  • Por Jovem Pan
  • 12/08/2019 14h10
Agência Brasil Cédulas de dólar desfocadas Entre as moedas emergentes, a valorização do dólar ante o real se destaca assim como o avanço ante o peso argentino, após a derrota do presidente Maurício Macri, candidato à reeleição, nas prévias eleitorais ontem no país.
O dólar sobe mais de 1% no mercado à vista e o dólar futuro de setembro chega novamente aos R$ 4,00 em meio à cautela internacional após nova desvalorização da moeda chinesa ante o dólar, o rompimento da coligação italiana que governa o país, a possibilidade de um Brexit sem acordo e as persistentes tensões comerciais entre EUA e China. Nesta segunda-feira, o cancelamento de voos em Hong Kong colabora ainda para a postura defensiva dos investidores.

Ecoam também as declarações do presidente americano, Donald Trump, de que não está pronto ainda para fechar um acordo comercial com a China. Segundo ele, as discussões bilaterais previstas para setembro poderão não acontecer. Recentemente, Trump anunciou que pretende impor tarifa de 10% sobre mais US$ 300 bilhões em produtos chineses a partir de 1º de setembro.

Entre as moedas emergentes, a valorização do dólar ante o real se destaca assim como o avanço ante o peso argentino, após a derrota do presidente Maurício Macri, candidato à reeleição, nas prévias eleitorais ontem no país.

O operador Thiago Silêncio, da CM Capital Markets, diz que o mercado local se ajusta à nova desvalorização do yuan ante o dólar. Nesta segunda-feira, o banco central chinês (PBoC) voltou a desvalorizar o yuan menos do que se previa, mas acima dos 7 yuans por dólar pela terceira sessão seguida. Com isso, o dólar estava em 105,21 ienes, de 105,62 ienes no fim da tarde de sexta-feira.

Em relação à Argentina, Silêncio destaca que há receio de que uma derrota de Macri seja inevitável. O mercado está esperando venda de bolsa e compra de dólar no mercado argentino, afirma.

Mais cedo, foi revelado que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,30% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal. A alta do IBC-Br ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro, entre -1,02% e +0,70% (mediana em +0,10%). Já a pesquisa Focus trouxe revisão para baixo para inflação, mas também para Selic e PIB deste ano. Além disso, a primeira prévia do IGP-M de agosto trouxe deflação de 0,65%, após ter aumentado 0,40% na primeira prévia de julho. Com o resultado, o índice acumulou elevação de 4,11% no ano de 2019 e avanço de 4,96% em 12 meses.

Às 9h36, o dólar à vista subia 1,34%, a R$ 3,9934. O dólar futuro para setembro estava em alta de 1,32%, aos R$ 4,00.

Ao longo da semana, as atenções locais estarão na reforma da Previdência e no pacote de medidas para ajuste fiscal que o ministro da Economia, Paulo Guedes, pode anunciar nos próximos dias, que incluiria uma proposta de reforma tributária, um programa de privatização e medidas administrativas.

*Com informações do Estadão Conteúdo.

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