Dólar segue forte com risco eleitoral e chega a R$ 3,98

  • Por Estadão Conteúdo
  • 21/08/2018 10h48
Fotos Públicas Às 9h42, o dólar à vista subia 0,69%, a R$ 3,9846

O dólar futuro de setembro parece ter se firmado em alta, após ter recuado nos primeiros negócios, enquanto o dólar à vista sobe desde cedo, na contramão da queda da moeda americana no exterior. Um operador de uma corretora de câmbio afirma que os mercados locais seguem na defensiva à espera de novas pesquisas eleitorais.

A consultoria Eurásia avalia que as sondagens já divulgadas indicam para o fortalecimento da polarização entre o PT e Jair Bolsonaro (PSL), com Geraldo Alckmin (PSDB), que é bem visto pelo mercado financeiro, ainda patinando nas intenções de voto.

Às 9h42, o dólar à vista subia 0,69%, a R$ 3,9846. Já o dólar futuro de setembro estava em alta de 0,44%, a R$ 3,9905.

Após ter subido na segunda-feira para R$ 3,9571 (+1,10%) no mercado à vista – a maior cotação desde 29 de fevereiro de 2016 (R$ 3,9984), e diante da persiste valorização nesta terça-feira, investidores mostram cautela em meio à desconfiança e comentários de que o Banco Central pode intervir para conter a escalada da moeda. Em sete das últimas oito sessões, o dólar à vista já acumulou ganho de 5,12% ante o real no período até a segunda-feira.

No exterior, a moeda norte-americana recua ante seus pares principais e mostra sinais mistos frente divisas emergentes e ligadas a commodities, ainda em reação a críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, à iniciativa do Federal Reserve (Fed) de apertar sua política monetária.

Para analistas do mercado, esse tipo de comentário gera especulação de que a Casa Branca “poderia até mesmo tomar o rumo de uma intervenção cambial direta”.

O Banco Central (PBoC) da China, por sua vez, informou nesta terça que não irá usar sua moeda, o yuan, como arma na atual disputa comercial com os EUA. “A China não irá se engajar em desvalorização competitiva”, disse Li Bo, chefe do departamento monetário do PBoC.

Uma delegação de nove autoridades de Pequim, liderada pelo vice-ministro de Comércio chinês, Wang Shouwen, irá se reunir na quarta e quinta-feira em Washington com um grupo de autoridades americanas, encabeçado pelo subsecretário do Tesouro americano, David Malpass, para retomar o diálogo comercial entre os dois países, segundo o The Wall Street Journal. Fontes com conhecimento do assunto dizem que os EUA vão tentar persuadir os chineses a elevar o valor do yuan para níveis anteriores ao início do conflito comercial.

Desde abril, o yuan acumula desvalorização de quase 10% em relação ao dólar, embora a moeda chinesa tenha se recuperado nas últimas sessões com a notícia sobre as iminentes discussões comerciais.

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