Juros fecham em baixa refletindo alívio no câmbio

  • Por Estadão Conteúdo
  • 21/05/2018 17h55
Marcos Santos/USP Marcos Santos/USP As taxas de curto e médio prazos passaram o dia em baixa, enquanto as longas estiveram sob forte volatilidade
Os juros futuros fecharam a sessão regular desta segunda-feira (21) em baixa, refletindo essencialmente o alívio no câmbio doméstico. As taxas de curto e médio prazos passaram o dia em baixa, enquanto as longas estiveram sob forte volatilidade. Começaram a sessão em queda, ainda pela manhã passaram a subir com força e à tarde voltavam a cair, na medida em que o dólar ampliava as perdas ante o real e se afastava dos R$ 3,70.

Declarações do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, em entrevista à imprensa estrangeira, também contribuíram para a melhora de desempenho da ponta longa à tarde.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou em 6,635%, de 6,687% no ajuste de sexta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2020 caiu de 7,76% para 7,66% e a do DI para janeiro de 2021, de 8,92% para 8,79%. A taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou em 10,07% (10,15% no último ajuste) e a do DI para janeiro de 2025 terminou em 10,57%, de 10,65%.

A decisão do Banco Central, anunciada na noite de sexta-feira, de triplicar a oferta de swap cambial para US$ 750 milhões em seus leilões diários teve efeito de queda não somente do dólar ante o real, mas também trouxe alívio ao segmento de juros, que tem tido o câmbio como principal referência há algumas semanas.

O BC afirmou que os montantes das ofertas adicionais de swap poderão ser revistos e se reserva o direito de realizar atuações discricionárias, caso necessário. O BC destacou também que os efeitos dos choques externos sobre a política monetária tendem a ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas e projeções de inflação ancoradas nas metas.

“Não há, portanto, relação mecânica entre o cenário externo e a política monetária”, justificou o BC.

Profissionais da renda fixa afirmaram ainda que ajudou a trazer alívio a mensagem da Fazenda, de que o governo tem instrumentos para conter a volatilidade dos mercados.

“Não temos pressão para rolar a dívida, porque temos um forte colchão de liquidez”, afirmou Guardia, citando ainda o elevado nível das reservas internacionais do País.

Na entrevista, ele lembrou o anúncio do BC na sexta-feira e disse que o Tesouro também monitora a situação e vem suspendendo leilões de títulos públicos em momento de alta volatilidade.

Nos demais ativos, às 16h36, o dólar à vista caía 1,27%, aos R$ 3,6896.

No noticiário, destaque para a revisão da projeção de crescimento do PIB em 2018 feita pelo banco UBS, de 3,3% para 2,7%, por conta dos fracos indicadores econômicos do primeiro trimestre e da piora do ambiente externo para países emergentes, de acordo com relatório. Para 2019, a expectativa de expansão foi mantida em 2,7%.

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