Mercado financeiro mantém estimativa de inflação em 4,11%

  • Por Jovem Pan com agências
  • 06/08/2018 09h16 - Atualizado em 06/08/2018 09h48
Marcello Casal Jr/Agência Brasil Cédulas de 50 e de 10 reais De acordo com as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 6,5% ao ano até o fim de 2018

A estimativa de instituições financeiras para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, este ano permanece em 4,11%. A informação consta do boletim Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central (BC), com projeções de instituições para os principais indicadores econômicos.

Para as instituições financeiras, o IPCA em 2019 será 4,10%, mesma estimativa há sete semanas; 4% em 2020; e 3,93 em 2021.

Essas estimativas estão abaixo da meta que deve ser perseguida pelo BC. Neste ano, o centro da meta é 4,5%, com limite inferior de 3% e superior de 6%, neste ano. Para 2019, a previsão é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para 2020, a meta é 4% e 2021, 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para os dois anos (2,5% a 5,5% e 2,25% a 5,25%, respectivamente).

Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,5% ao ano.

De acordo com as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 6,5% ao ano até o fim de 2018. Para 2019, a expectativa é de aumento da taxa básica, terminando o período em 8% ao ano, e permanecendo nesse patamar em 2020 e 2021.

Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação.

A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro neste ano, indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou a manutenção da Selic (a taxa básica de juros) em 6,5% ao ano. Além disso, a instituição atualizou suas projeções para a inflação neste e no próximo ano.

Cinco dias

A projeção mediana para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 2018 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis passou de 4,10% para 4,11%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Houve 36 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 4,17%.

As projeções do IPCA que consideram apenas os últimos 5 dias úteis são uma das novidades do novo formato do Focus. As estimativas gerais do IPCA, que seguem fazendo parte do Focus, levam em conta os últimos 30 dias. Conforme o BC, a intenção de divulgar projeções com base nos últimos dias úteis tem como objetivo mostrar um retrato mais tempestivo do indicador de inflação.

Atividade econômica

A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – permaneceu em 1,5%. A previsão de crescimento do PIB para 2019 se mantém há cinco semanas em 2,5%. As instituições financeiras também projetam crescimento de 2,5% do PIB em 2020 e 2021.

Câmbio

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar também permanece em 3,7 no fim deste ano e no fim de 2019. Para 2020, a estimativa cai para R$ 3,69. No final de 2021, a previsão sobe para R$ 3,75.

Superávit

Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2018 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central. A estimativa de superávit comercial passou de US$ 58,06 bilhões para US$ 58,00 bilhões. Um mês atrás, a previsão estava em US$ 57,81 bilhões. Para 2019, a estimativa de superávit foi de US$ 49,15 bilhões para US$ 49,30 bilhões, ante US$ 49,50 bilhões de um mês antes.

Na estimativa mais recente do BC, atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o saldo positivo de 2018 ficará em US$ 61,0 bilhões.

No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2018 passou de déficit de US$ 19,80 bilhões para déficit de US$ 18,15 bilhões, ante o resultado negativo de US$ 20,00 bilhões projetado quatro semanas antes. Para 2019, a projeção de rombo foi de US$ 31,00 bilhões para US$ 32,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado para o próximo ano era de US$ 35,90 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário, tanto em 2018 quanto em 2019. A mediana das previsões para o IDP em 2018 foi de US$ 67,50 bilhões para US$ 67,00 bilhões, ante US$ 70,00 bilhões de um mês atrás. Para 2019, a expectativa foi de US$ 70,00 bilhões para US$ 72,00 bilhões, ante US$ 75,30 bilhões de um mês antes.

O BC projeta déficit de US$ 11,5 bilhões em transações correntes em 2018 e IDP de US$ 70,0 bilhões.

Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo

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