Reforma de Previdência vai acontecer inevitavelmente no próximo governo, diz economista

  • Por Jovem Pan
  • 05/02/2018 16h16
Agência Brasil/Arquivo A obrigatoriedade da prova de vida do INSS foi retomada Governo Temer precisa de 308 votos para aprovar a proposta da reforma da Previdência na Câmara

No próximo dia 19 de fevereiro, o governo Temer deve votar a reforma da Previdência. No entanto, a base parece não ter mais os 308 votos necessários para aprovação e a possibilidade de “fracasso” pesou no movimento do mercado financeiro.

Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, o economista chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal, garante que o mercado não deve sofrer graves consequências pela não aprovação da reforma . “Jogar a toalha totalmente você nunca joga. As notícias são todas negativas nesse ponto. Hoje em dia o movimento do mercado seria mais positivo com uma surpresa favorável pela aprovação da reforma. Boa parte da não aprovação já foi colocada no preço”, explicou.

Caso a reforma não passe no Congresso, Leal prevê uma leve queda nas cotações. “Nos dias subsequentes deve acontecer algum tipo de volatilidade nas cotações, mas o que está fazendo mais preço a alta do dólar é o cenário externo. Na semana passada tivemos um movimento muito forte na alta do dólar por conta de movimentos externos.

“Apesar de termos a volta da discussão sobre a Previdência e com notícias não favoráveis, quando olhamos o movimento do Real com as outras moedas, não é tão discrepante assim. Estamos um pouco pior, mas não estamos indo na contramão”.

Já sobre a possibilidade de alteração no texto no que se refere aos servidores, o economista acredita que “meia reforma talvez seja pior que uma não reforma”. “A necessidade da reforma vai se impor. Se não for agora, talvez seja no próximo governo. Um governo eleito popularmente tende a ter mais credibilidade para fazer uma reforma decente”.

O economista cita ainda que devem ocorrer mais alterações na idade miníma de 65 anos por conta da alta na expectativa de vida. “Daqui há 20 anos provavelmente a gente já tenha 70 anos como idade mínima, dado a evolução da expectativa. Fazer um arremedo de reforma pode retirar a necessidade de urgência de uma reforma decente”, completou.

Luis Otávio de Souza Leal acredita que mercado não vai se estressar muito porque entende que é melhor uma reforma decente no próximo governo. “Vai ser uma questão aritmética. Simplesmente a conta não fecha”, finalizou.

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