Em entrevista, Hollande faz mea culpa por lentidão e defende privacidade

  • Por Agencia EFE
  • 06/05/2014 12h19

Paris, 6 mai (EFE).- O presidente da França, François Hollande, completa nesta terça-feira dois anos de mandato firme no rumo definido, mas com a intenção de ir “mais rápido e mais longe”, consciente de que os franceses pedem mais esforços e estão “impacientes”.

Em entrevista concedida à emissora “BFM TV”, pediu para o julgarem sobre o conjunto do quinquênio, mas fez um “mea culpa” ao reconhecer certa falta de comunicação e de resposta em assuntos-chave do Executivo.

“Claro que me arrependo de coisas. Poderia ter ido mais rápido, ter alertado mais sobre a situação, ter reagido com mais firmeza a assuntos como a lei sobre o casamento homossexual, que demoraram tempo demais para se fechar. Mas não sou uma pessoa de arrependimentos, sou um presidente que está preparado para reagir”.

Hollande ressaltou que os resultados, “que demoraram a chegar, devido à gravidade” da conjuntura, “são possíveis”, e disse confiar em que seu mandato seja “o da reforma e da mudança”, e deixe à população com a sensação de que não errou ao acreditar nele.

A aprovação popular do presidente, segundo uma pesquisa divulgada hoje pelo instituto de pesquisas Ifop, alcançou neste mês seu nível mais baixo desde o início do governo, 21%, mas o presidente se disse disposto a seguir produzindo “cada minuto” a favor do êxito da França.

A disposição de acelerar o ritmo da reforma territorial, da simplificação de uma série de obrigações administrativas, da redução dos custos trabalhistas e da redução dos impostos lideraram o eixo em torno do qual o governante quis enfocar sua ação no restante do mandato.

E, como prioridade, Hollande estabeleceu o desemprego: “A única promessa que conta aos olhos dos franceses é que possa baixar o desemprego e que o crescimento se reparta”, afirmou Hollande, que disse que o objetivo é sua “obsessão”.

Nessa linha, o governante reiterou sua intenção de não concorrer a um segundo mandato no caso de não conseguir investir a curva do desemprego, que neste momento beira os 10%, alegando que não poderia dizer que tem a solução para os próximos cinco anos se não controlar nenhum desses aspectos.

O presidente se mostrou especialmente rígido ao falar sobre política externa: “(Tivemos) amadorismo na saída da crise da zona do euro? Na hora de intervir no Mali, quando ninguém fazia isso e o terrorismo estava a ponto de ganhar o jogo? Ao ir à República Centro-Africana para evitar o genocídio?”.

Hollande também considerou ter tido um comportamento “digno” em sua vida privada, que ganhou destaque com sua separação da jornalista Valérie Trierweiler no final de janeiro, após a revelação por uma revista de celebridades de um romance com a atriz Julie Gayet que aparentemente já terminou.

“Nunca caí em nenhum tipo de vulgaridade”, defendeu Hollande, que insistiu em que a vida privada deve se manter privada, e que os franceses devem julgá-lo exclusivamente por sua gestão. EFE

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