Especialistas alertam para ligação entre nutrição, câncer e doenças crônicas

  • Por Rádio ONU/Leda Letra
  • 18/11/2014 15h29
REPRODUÇÃO/ INTERNET Aprenda a fazer um delicioso hambúrguer americano

Leda Letra, enviada especial da Rádio ONU à Roma.*

As políticas públicas sobre nutrição precisam levar em conta a associação entre o consumo de certos alimentos e os riscos de doenças crônicas e de câncer. A opinião vem de dois especialistas brasileiros que participam em Roma da Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição.

Na capital da Itália, a Rádio ONU entrevistou o representante do Instituto Nacional do Câncer, Inca. Fábio Gomes alerta: mesmo aqueles alimentos que podem parecer mais saudáveis ou “light” podem ter substâncias cancerígenas.

Conservantes

“As carnes processadas, embutidos, salsichas, linguiça, blanquet de peru, eles têm conservantes que a gente já conhece como fatores que são cancerígenos. O consumo crescente desses produtos na alimentação do brasieiro está relacionado com o aumento do risco de câncer, principalmente no estômago e no intestino. Hoje no Brasil a gente já pode dizer que o principal fator de risco para câncer é a má alimentação, o excesso de peso e a obesidade.”

Segundo Fábio Gomes, o número de fumantes no Brasil está diminuindo, mas por outro lado, metade dos adultos e um terço das crianças estão acima do peso.

Recuperação

A diretora da Aliança de Controle do Tabagismo, Paula Johns, chama a atenção para contextos sociais e econômicos ligados ao aumento dos casos de obesidade. A expectativa de Paula Johns sobre a conferência em Roma é para que as decisões levem à recuperação dos sistemas alimentares.

“O problema da alimentação não é uma questão de falta de comida. É uma questão de um sistema alimentar que está doente e precisa ser recuperado. Você tem situações em que é mais fácil para a pessoa comprar uma bebida açucarada industrializada do que comprar uma fruta fresca. Essa realidade precisa ser mudada.”

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a alimentação inadequada está relacionada à casos de câncer e de outras doenças crônicas, como diabetes, infartos e derrames.

Na quarta-feira, os governos que partipam da Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição devem adotar um documento com 60 ações em várias frentes, incluindo a promoção de dietas mais equilibradas.

*Apoio Institucional: FAO.

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