Ex-soldado dos EUA que matou menina no Iraque é encontrado morto em sua cela

  • Por Agencia EFE
  • 19/02/2014 03h02

Washington, 18 fev (EFE).- As autoridades dos Estados Unidos encontraram enforcado em sua cela um ex-soldado americano condenado em 2009 a cinco penas perpétuas consecutivas por estuprar e matar uma menina iraquiana de 14 anos e executar sua família, quando servia no Iraque em 2006, informaram nesta terça-feira fontes oficiais.

Steven Dale Green, de 28 anos, aparentemente se suicidou em sua cela na prisão de segurança máxima de Tucson, no estado do Arizona, e morreu no último sábado, anunciaram as autoridades do centro penitenciário.

O porta-voz da prisão, John Stahley, não ofereceu mais detalhes além da hipótese de suicídio. Ele também disse que sua morte não foi informada até esta terça-feira (apenas sua família teve conhecimento da notícia no sábado) porque o pessoal administrativo da prisão não estava trabalhando devido ao feriado de ontem, o Dia do Presidente.

O advogado de Green explicou em declarações ao jornal “Los Angeles Times” que o ex-soldado foi isolado em uma cela recentemente depois de uma briga com outros detentos e que a última notícia que teve dele foi uma carta escrita há dois meses, na qual não mostrou nenhum indício de que sofria de depressão.

Green, desligado do Exército por causa de um transtorno de personalidade, foi declarado culpado em maio de 2009 por 17 acusações, entre elas estupro, assassinato e obstrução da Justiça.

Segundo a acusação, o crime foi planejado entre Green e outros soldados quando jogavam cartas e bebiam uísque em um posto de controle no Iraque.

Em sua conversa, falaram de sexo com mulheres iraquianas e um soldado mencionou a família al-Janabi, que vivia nas proximidades do posto de controle.

Dois deles, o soldado James Barker e o sargento Paul Cortez, cumprem penas de 90 e 100 anos, respectivamente, de confinamento em um recinto militar.

Quando foi declarado culpado, Cortez afirmou que segurou as mãos da menina de 14 anos enquanto Barker a violentava e que Green a matou, e depois fez o mesmo com sua família.

Segundo uma das testemunhas, os militares concordaram em depor contra Green com a promessa da acusação de informar sobre sua cooperação ao tribunal de apelação do Exército.

Em setembro de 2009, um júri federal condenou Green a cinco prisões perpétuas consecutivas em um tribunal civil de Kentucky.

O ex-soldado poderia ser condenado à morte, mas a falta de uma decisão unânime do júri transformou a sentença em prisão perpétua.

Green, que não tinha opção de recorrer a nenhum mecanismo para reduzir sua pena, reconheceu sua culpa em um breve discurso durante uma audiência.

“Não vou agir como se o que aconteceu fosse normal. Foi algo doente. Mas vocês não sabem o que aconteceu, não entendem nada”, disse então o acusado, natural do estado do Texas.

O ex-soldado também denunciou a possibilidade de que o seu desligamento do Exército o tivesse prejudicado no processo, já que, segundo argumentou, os outros três soldados condenados no caso, que testemunharam contra ele, obtiveram sentenças menores porque foram julgados em tribunais militares. EFE

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