Julgamento de Mursi por espionagem começará em 15 de fevereiro

  • Por Agencia EFE
  • 02/02/2015 12h09

Cairo, 2 fev (EFE).- A justiça egípcia fixou nesta segunda-feira o dia 15 de fevereiro como data de início do novo julgamento contra o deposto presidente islamita, Mohammed Mursi, acusado de revelar segredos de segurança nacional ao Catar.

Este julgamento de Mursi e outras dez pessoas se desenvolverá no Tribunal Penal do Cairo, presidido pelo magistrado Mohammed Sherin Fahmy, informou a agência oficial egípcia, “Mena”.

Em 6 de setembro, o procurador-geral do Egito, Hisham Barakat, já ordenou que os 11 acusados comparecessem perante dito tribunal do Cairo.

Segundo a Procuradoria Geral, Mursi e os outros dez acusados irão ao tribunal por revelar segredos da segurança nacional ao canal de televisão catariano “Al Jazeera”, seguindo instruções da organização da Irmandade Muçulmana.

O Ministério Público disse que o deposto presidente se beneficiou de seu posto e, com a ajuda do diretor de seu escritório, Ahmed Abdelati, entregou documentos confidenciais ao Catar e à “Al Jazeera” mediante oito espiões em troca de US$ 1 milhão.

As investigações descobriram “fatos vergonhosos que constituem uma grande conspiração e traição por parte da Irmandade Muçulmana à pátria mediante uma rede de espiões”, ressaltou em comunicado da procuradoria.

Depois que aumentaram as críticas contra Mursi e o descontentamento popular com a Irmandade Muçulmana, a confraria deu instruções para que filtrasse os documentos confidenciais ao Catar e à “Al Jazeera”.

Entre os supostos documentos figuram relatórios estratégicos sobre as Forças Armadas egípcias e os lugares onde estão desdobradas, assim como a natureza de seu armamento.

Além disso, também havia sobre as políticas interna e externa do país, além de textos de órgãos importantes como os serviços secretos, o Departamento de Segurança Nacional, e Defesa.

As relações entre Egito e Catar se deterioraram desde a cassação de Mursi, em 3 de julho de 2013, devido ao respaldo do emirado à Irmandade Muçulmana, embora nos últimos meses tenha ocorrido uma mediação regional para descongelar os laços.

O ex-mandatário está sendo processado em três causas: por seu suposto envolvimento na morte de manifestantes, por espionagem e colaboração com o grupo palestino Hamas e por sua fuga da prisão de Wadi Natrun em 2011. EFE

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