Kerry adverte que revisionismo da Síria sobre Genebra 2 “não funcionará”

  • Por Agencia EFE
  • 17/01/2014 15h06

Washington, 17 jan (EFE).- O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, advertiu nesta sexta-feira que o “revisionismo” do regime sírio sobre qual é o objetivo da convenção de Genebra “não funcionará”, e pediu à Rússia a se assegurar que Bashar al Assad compreende qual é o fim da conferência.

“Ontem me referi diretamente ao revisionismo do Governo sírio em sua tentativa de desviar o objetivo (da conferência), que não funcionará”, assegurou Kerry em entrevista coletiva depois de se reunir com seus colegas mexicano, José Antonio Meade, e canadense, John Baird, no Departamento de Estado.

“O Governo de Assad pode gritar, protestar e distorcer as coisas, mas a conclusão é que vamos ir a Genebra para implementar (o comunicado) de Genebra 1”, ressaltou Kerry.

O chefe da diplomacia americana se referiu assim às recentes exigências do regime sírio que a conferência de paz que será realizada a partir da próxima quarta-feira se centre na luta contra o terrorismo e o extremismo em seu país.

Kerry ressaltou que, desde o princípio, o objetivo da convenção de Genebra foi implementar o comunicado de Genebra 1, que pede para formar um Governo provisório para dirigir a transição na Síria com elementos moderados do regime e a oposição selecionados por ambas as partes de mútuo acordo.

“Acho que quando chegarmos a Genebra e comecemos este processo, ficará claro que não há uma solução política possível se Assad não está conversando sobre uma transição e acredita que vai ser parte desse futuro. Isso não vai acontecer”, sentenciou.

Lembrou que o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, concordou no fim de semana passado em Paris que o objetivo da conferência é implementar o comunicado de Genebra 1.

“E como a Rússia é um dos principais benfeitores do regime de Assad, achamos que os russos têm um alto interesse em se assegurar que Assad entende exatamente quais são os parâmetros desta negociação”, acrescentou.

Kerry opinou que Assad “não vai enganar ninguém com suas distorções e que já está há meses tentando se perfilar como o protetor da Síria contra os extremistas, quando ele mesmo financiou esses extremistas e cedeu a eles território, a propósito de poder argumentar depois que é o protetor contra eles”. EFE

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