Mark Zuckerberg lidera lista de filantropos mais generosos dos Estados Unidos

  • Por Agencia EFE
  • 16/02/2014 06h22

Teresa Bouza.

Washington, 16 fev (EFE) – Os filantropos mais generosos dos Estados Unidos doaram US$ 7,7 bilhões em 2013, 4% a mais que em 2012, em uma onda de generosidade que põe fim à cautela dos últimos anos. Lideram a lista Mark Zuckerberg e sua esposa Priscilla Chan.

O cofundador do Facebook e sua mulher doaram US$ 970 milhões à organização beneficente californiana Vale do Silício Community Foundation, segundo ranking dos 50 maiores filantropos recém-publicada pela revista “The Chronicle of Philanthropy”.

A contribuição os torna o casal mais jovem da história no primeiro posto da classificação: tanto Zuckerberg como sua esposa têm menos de 30 anos.

O milionário não disse que programas serão financiados com sua última doação, mas antecipou que seus esforços serão centrados em ajudar às crianças.

Para John List, professor de Economia da Universidade de Chicago, a chegada do cofundador de Facebook ao primeiro posto da lista dos benfeitores americanos reflete uma tendência mais ampla.

“O que vimos nos últimos anos é que os jovens empreendedores que triunfaram no âmbito empresarial não querem mudar o mundo apenas através de seus negócios, mas também da filantropia”, disse List à Agência Efe.

O economista mencionou que o gerente de fundos de alto risco do Texas John Arnold, de 39 anos, é outro integrante de destaque do jovem clube de filantropos.

Fundador da empresa Centaurus Advisors, um fundo de alto risco especializado em energia que deixou de dirigir em 2012, Arnold aparece no quinto posto da recém-publicada lista, depois do ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg.

Ele e sua esposa Laura doaram US$ 296 milhões à fundação benéfica que leva seu nome e cujo objetivo é melhorar o sistema educacional do país.

“É maravilhoso que esses jovens não queiram esperar chegar aos 50, 60 ou 70 anos para começar a doar sua fortuna”, disse List, que destacou que um rasgo distintivo dessa nova geração de altruístas é sua ênfase na obtenção de resultados.

“A faceta empresarial e a filantrópica se fundem nas vidas dos jovens empreendedores de hoje em dia, que querem ver retornos de seus investimentos em ambos campos”, explicou o professor de Chicago.

Apesar da chegada de caras novas, a idade média dos 50 maiores benfeitores dos EUA ainda é 72,5 anos. A maioria deles é de homens, 23 acumularam sua fortuna no mundo das finanças, 12 no setor imobiliário, seis em tecnologia e o restante em outros setores ou com heranças.

No segundo lugar da classificação de 2013 está George P. Mitchell, fundador da empresa de gás e petróleo The Woodlands e pioneiro no polêmico sistema de fraturamento hidráulico para possibilitar a extração do gás natural do subsolo.

A fundação de Mitchell, que morreu em julho passado aos 94 anos, destina curiosamente o grosso de suas doações, um total de US$ 750 milhões em 2013, a financiar organizações que investem em energias limpas e à proteção do meio ambiente.

O cofundador da Nike, Phil Knight, o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, o financeiro Charles Johnson e o fundador do eBay, Pierre Omidyar, aparecem também nos primeiros postos da lista.

A eles se somam o fundador da empresa de tecnologia Qualcomm, Irwin Jacobs, o cofundador do Google, Serguei Brin, e o criador da firma de processamento de metais, Jeffrey Carlton.

Os filantropos tentaram cobrir ao longo da história americana as lacunas de um Estado muito menos protetor que o europeu, com nomes e legados que sobrevivem até nossos dias.

Entre eles estão gigantes do peso de Henry Ford, John D. MacArthur, J.P. Morgan, J. Howard Pew e, sobretudo, o emblemático John Davidson Rockefeller.

Rockefeller (1839-1937), empresário de origem humilde que se tornou o titã da indústria petrolífera aos 40 anos e o homem mais rico de seu tempo, criou a fundação filantrópica de seu mesmo nome, uma das maiores do mundo, com ativos que rondam os US$ 3,5 bilhões.

“Esses grandes doadores mudaram o país e o mundo através de suas doações caridosas”, assegura em seu site “The Chronicle of Philanthropy”. 

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