Acordo Mercosul-UE pode ser fechado nesta sexta: ‘Mais de 80% de chances’, diz porta-voz

Segundo Otávio Rêgo Barros, Brasil está bem posicionado, também, para conseguir uma vaga na OCDE

  • Por Jovem Pan
  • 28/06/2019 10h14 - Atualizado em 28/06/2019 10h15
Alan Santos/PR Rêgo Barros está em Osaka, no Japão, para o encontro do G20

O acordo entre Mercosul e União Europeia pode ser fechado nesta sexta-feira (28), de acordo com o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros. Segundo ele, há mais de 80% de chance da conclusão do processo, que já dura mais de 20 anos.

A grande expectativa, para o porta-voz, é que as duas partes cheguem a um consenso suficiente para que o anúncio seja feito, mas vai depender “do que acontecer lá [em Bruxelas]” nas próximas horas.

Rêgo Barros está em Osaka, no Japão, para o encontro do G20, e disse que recebeu a informação de que o acordo estava “muito avançado”. “Não sei o que está faltando”, confessou.

Neste momento, o  governo aposta todas as suas fichas em destravar essa questão. Por causa da mudança na composição da Comissão Europeia, há um interesse em fechar logo o acordo, antes que novos empecilhos possam surgir com a próxima equipe. Há pouco mais de um mês, um integrante do governo brasileiro avaliou que era “now or never” (agora ou nunca, em português).

Entrada na OCDE

O Brasil está bem posicionado, também, para entrar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A avaliação foi reforçada ao governo brasileiro após encontro do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com o secretário-geral da entidade, José Ángel Gurría, e também após a reunião com o presidente americano Donald Trump.

Um dos motivos que levam a crer nessa “vantagem” do Brasil diz respeito ao adiantamento da adesão do País aos requisitos exigidos pela instituição que tem sede em Paris. Mesmo sem ter a sua candidatura ainda confirmada, o governo vem trabalhando para se adequar aos 248 instrumentos e normas exigidos por ela.

O porta-voz lembrou nesta sexta, no entanto, que há uma questão cronológica para que novos membros passem a disputar uma vaga na entidade. Além de Brasil, também estão na corrida Argentina, Romênia, Peru, Bulgária e Croácia.Há um impasse sobre como esses novos participantes devem entrar na OCDE na visão europeia e na americana. Gurría apresentou a proposta de uma entrada sequencial, que ainda não foi definida. O Brasil estaria na terceira posição, após Argentina e Romênia, mas ainda não há uma definição fechada.

Em março, Donald Trump prometeu a Bolsonaro que passaria a apoiar o ingresso brasileiro na instituição, o que foi feito em maio. “Avançou numa expectativa positiva na inserção do Brasil”, disse o porta-voz sobre os encontros de hoje. “Houve um alinhamento entre o que ocorreu com a reunião da OCDE e na de Trump e Bolsonaro”, acrescentou.

*Com Estadão Conteúdo

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