Ao menos 41 morrem e mais de 1900 ficam feridos em protestos em Gaza

  • Por Agência EFE
  • 14/05/2018 08h12 - Atualizado em 14/05/2018 11h58
EFE Protestos são contra a transferência da Embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém

Ao menos 41 morreram e pelo menos 1960 foram feridos, dentre eles 200 menores de idade, nos protestos na fronteira da Faixa de Gaza contra a transferência da Embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém e por ocasião da Marcha do Retorno, que reivindica o direito dos refugiados a voltar aos seus lares.

Cerca de 30 feridos estão em estado de extrema gravidade e outros 71 em estado grave, enquanto cerca de 800 apresentam lesões de gravidade média e outros mil sofreram ferimentos leves.

Do total de feridos, 918 foram atingidos por munição real, cinco receberam tiros de balas borracha, 98 sofreram ferimentos de estilhaços, 196 apresentam sinais de pancadas e contusões e mais de 700 foram atendidos por asfixia por gás lacrimogêneo.

Segundo confirmou o porta-voz do Ministério da Saúde palestino em Gaza, Ashraf al Qedra, uma das vítimas é Anas Qudieh, de 21 anos, atingido por uma bala no leste de Khan Yunis, no sul do território.

Forças israelenses, que tinham advertido a população com panfletos para que não se aproximassem da fronteira, jogaram gás lacrimogêneo contra os manifestantes para evitar que se aproximassem da cerca, informaram à Efe testemunhas.

Também disseram que um grupo de manifestantes palestinos conseguiu cortar a cerca de segurança, se infiltrou vários metros em território israelense e voltou à Faixa.

A população de Gaza fez hoje uma greve em massa e o território amanheceu com escolas, universidades, bancos, lojas, instituições públicas fechadas e pouco trânsito.

Na cidade cisjordaniana de Ramala, cerca de 3.000 pessoas se concentraram na Praça de Yasser Arafat, convocados pelas facções palestinas, de onde devem marchar para o posto militar israelense de Qalandia, que separa Ramala de Jerusalém.

Também estão previstas manifestações em outras localidades cisjordanianas como Nablus, Hebron e Belém a fim de avançar para os postos de controle militar israelenses.

O Exército israelense ampliou seus batalhões tanto na fronteira com em Gaza e Cisjordânia, e aumentou o número de soldados das unidades especiais e forças de inteligência.

Em comunicado difundido ontem, o Exército afirmou que “a organização terrorista Hamas estava liderando e organizando distúrbios extremamente violentos” na fronteira com Gaza nas últimas semanas e os acusou de “agir sob a fantasia de manifestantes para tentar danificar o muro de segurança e cometer ataques terroristas em território israelense”.

Além disso, foi reforçada a segurança em Jerusalém, sobretudo em torno do prédio que hospedará a nova delegação diplomática americana e onde foram convocadas manifestações a partir das 15h30 (horário local).

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