Argentina: Legista que defendia que Nisman foi assassinado é encontrado morto

  • Por Jovem Pan
  • 18/03/2019 17h20
EFE EFE O legista defendia que a morte do promotor Nisman (foto) não foi suicídio

O legista argentino Osvaldo Hugo Raffo foi achado morto nesta segunda-feira, 18, com um tiro na cabeça, segundo informou a agência de notícias estatal argentina “Télam”.

Ele era um dos maiores defensores da teoria de que o promotor Alberto Nisman, encarregado de investigar o atentado contra a associação judaica Amia, em 1994, foi assassinado.

Nisman foi achado morto em sua casa em 18 de janeiro de 2015, quatro dias depois de ter denunciado a então presidente argentina, Cristina Kirchner, e vários dos seus colaboradores por supostamente acobertar os terroristas responsáveis pelo ataque, que deixou 85 mortos. Tanto o caso de Nisman quanto o do atentado seguem sem resolução por parte da Justiça. 

O legista, de 84 anos e que foi achado hoje com um tiro na cabeça na banheira da sua casa em San Martín com um revólver calibre 38 na sua mão direita e alguns bilhetes, é um dos que sustentava com maior insistência que a morte de Nisman não tinha sido um suicídio, mas um assassinato.

“Não suporto mais as dores que me afligem. Não culpem ninguém pela minha morte. Deus me perdoe”, afirma um dos bilhetes encontrados em um caderno na sua casa de Buenos Aires com a palavra “juiz” como destinatário.

Junto a esta foi encontrada outra nota destinada à sua empregada que dizia: “Silvia, não se assuste. Não suba sozinha. Deus te proteja”.

As primeiras perícias asseguraram que não havia participação de terceiras pessoas, uma conclusão que apontava para o suicídio, mas, após a mudança de juiz – e de governo na Argentina -, o caso deu um giro de 180 graus.

No final de 2017, uma nova análise estabeleceu que duas pessoas drogaram, espancaram e assassinaram o promotor, e depois manipularam a cena para simular um suicídio.

Com EFE

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