Avião russo com 15 militares é abatido por engano no Mediterrâneo

  • Por Jovem Pan
  • 18/09/2018 07h30
Reprodução O avião, um turbopropulsor de exploração, foi derrubado por volta das 23h (hora local) de segunda-feira

O avião Il-20, com 15 militares russos a bordo que desapareceu na segunda-feira sobre o Mediterrâneo, foi abatido acidentalmente por um míssil s-200 da defesa antiaérea síria e todos seus ocupantes morreram, informou nesta terça-feira o Ministério da Defesa da Rússia.

O erro foi provocado por “ações irresponsáveis” de Israel, de acordo com o Ministério, cujos aviões atacaram o território sírio utilizando o avião russo, que retornava para sua base na província de Lataquia, como um escudo contra a defesa antiaérea síria, disse o porta-voz do ministério, general Igor Konashenkov.

“Os pilotos israelenses protegeram-se atrás do avião russo, expondo-os ao fogo da defesa antiaérea síria”, disse o militar russo, ressaltando que a bordo do avião estavam 15 militares russos, e não 14, como foi informado inicialmente.

Ele explicou que os quatro aviões F-16 israelenses que bombardearam a província de Lataquia “criaram de maneira premeditada uma situação perigosa para os navios de superfície e aviões que estavam na região”.

“O comando aéreo israelense e os pilotos dos F-16 não puderam ver a aeronave russa, pois ela desceu a uma altitude de cinco quilômetros. Apesar disso, premeditadamente cometeram esta provocação”, afirmou Konashenkov.

O porta-voz da Defesa afirmou que Israel não comunicou com o devido adiantamento ao comando do agrupamento russa destacada em Síria de seus planos de ataque e que avisou apenas segundos antes de acontecer, o que não permitiu levar o Il-20 para uma área segura.

O avião, um turbopropulsor de exploração, foi derrubado por volta das 23h (hora local) de segunda-feira, quando voava sobre as águas do Mediterrâneo, a 35 quilômetros da costa síria, e retornava para a Base Aérea de Khmeimim, onde a Rússia possui um agrupamento aéreo.

O incidente aconteceu horas após os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e Turquia, Recep Tayyip Erdogan, chegassem um acordo para suspender a ofensiva anunciada do exército sírio contra a província de Idleb.

Os líderes anunciaram a criação de uma zona desmilitarizada de cerca de 20 quilômetros que dividirá as posições das tropas governamentais sírias e a oposição armada apoiada pela Turquia.

A província de Idlib, fronteira com Turquia, recebe cerca de 3 milhões de pessoas, incluindo um grande número de opositores deslocados de antigos feudos insurgentes que já foram conquistados pelas forças do governo sírio.

*Com informações da Agência EFE

 

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