Brasil vota a favor de Israel na ONU e muda posição histórica; novo governo pode ter influenciado

  • Por Jovem Pan
  • 07/12/2018 17h23 - Atualizado em 07/12/2018 17h31
Divulgação/ONU Brasil era favorável a palestinos ou se abstinha na questão desde o governo de José Sarney

O Brasil abandonou o posicionamento tradicional em relação ao conflito da Palestina e votou a favor de Israel em resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) na quinta-feira (6). A medida era uma iniciativa dos Estados Unidos para condenar o Hamas por disparar mísseis em territórios israelenses.

Apesar do apoio, a resolução não foi aprovada em assembleia. Para isso, precisaria de dois terços dos votos, mas só conseguiu 87. Outros 57 países rejeitaram a condenação e 33 se abstiveram. A derrota é considerada um golpe ao governo do presidente norte-americano, Donald Trump, principal “entusiasta” da ideia.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou o resultado, ainda que não tenha sido favorável à posição do país em relação ao conflito local. Ele indicou que é a primeira vez que “tantos países” contribuíram com seus posicionamentos, assim como fez o Brasil, influenciado pela futura gestão presidencial.

Brasil

Deputado federal eleito, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) insinuou em redes sociais que essa mudança no voto brasileiro é resultado da visão do novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. “Foi a primeira vez que o Brasil votou a favor de Israel contra grupos terroristas”, escreveu o filho do presidente eleito Jair Bolsonaro.

“O Brasil vai deixar de ser um anão diplomático”, afirmou, numa referência à crítica que o governo israelense havia lançado contra o Brasil há alguns anos. Argentina, Uruguai e Chile também votaram a favor do texto derrotado. Historicamente, chanceleres do País se posicionavam a favor dos palestinos ou se abstinham.

O argumento era de que o governo agia conforme o “direito internacional”. A postura prevaleceu nos governos de José Sarney, Fernando Collor de Melo, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e, até ontem, na gestão de Michel Temer. Bolsonaro é publicamente a favor de Israel no conflito com a Palestina.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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