Bruxelas está fechada por risco de atentados terroristas iminentes

  • Por Agência EFE
  • 21/11/2015 15h40

Charles Michel EFE Charles Michel

Bruxelas ficou paralisada neste sábado (21), com o fechamento das linhas de metrô, de shoppings e museus e o cancelamento de shows e outros eventos, depois de as autoridades elevarem ao nível máximo o alerta terrorista na região por risco de atentados “iminentes”.

As medidas pegaram de surpresa a população belga, já que o anúncio do Centro de Crise de aumentar de 3 para 4 o nível de alerta, uma medida excepcional só aplicada duas vezes antes na história do país, foi anunciada de madrugada.

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, explicou que o aumento do nível do alerta terrorista em Bruxelas responde a informações que advertiram para o risco de atentado por parte de “distintas pessoas, com armas e explosivos, talvez em diferentes lugares”.

Existem dados que alertam “de um atentado similar ao de Paris”, que poderia ser dirigido contra a imprensa, transporte públicos e ruas e shoppings, assim como em eventos que reúnam um grande número de pessoas, explicou Michel.

O chefe do governo deu neste sábado uma entrevista coletiva depois de reunião do Conselho Nacional de Segurança, que reuniu representantes do Executivo e das forças de segurança do país.

“Vamos mobilizar grandes capacidades em matéria de segurança”, indicou o primeiro-ministro.

Museus, salas de concertos, centros esportivos e outros lugares fecharão suas portas durante todo o fim de semana.

O show de Johnny Hallyday no Palais 12, na região de Heysel, foi adiado para 26 de março de 2016.

O Atomium, as célebres galerias Inno, o centro para visitantes do parlamento Europeu, os cinemas Kinépolis e alguns bares também decidiram não abrir suas portas.

Michel anunciou a entrada em vigor imediata de medidas em quatro âmbitos, desde a redução do número de grandes eventos em Bruxelas até a forte mobilização no transporte público, sobretudo no metrô, passando por um reforço da capacidade de desdobramento da polícia e de militares em Bruxelas e a abertura da linha telefônica 1771 para ligações a um centro de crise.

“Temos suficientes elementos para considerar que a ameaça é precisa e iminente”, disse o ministro das Relações Exteriores belga, Didier Reynders.

No resto do país, foi mantido o nível 3 de alerta estipulado há uma semana, quando foi divulgada a existência de vínculos entre a Bélgica e os ataques de Paris, nível aplicado quando o risco de atentado é “possível e provável”.

A decisão do aumento do alerta em Bruxelas foi adotada nesta madrugada, após uma nova análise do Órgão de Coordenação para a Análise de Ameaças (Ocam).

A primeira vez aconteceu entre final de 2007 e princípio de 2008, quando as autoridades belgas abortaram um plano que conduziu à detenção de 14 islamitas que planejavam ajudar na fuga de Nizar Trabelsi, membro da Al Qaeda.

O Centro de Crise belga não informou durante quanto tempo o nível máximo de alerta na região de Bruxelas vigorará, mas assinalou que a situação será permanentemente reavaliada.

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