Delegação europeia é impedida de entrar na Venezuela; deputado pede retaliação

  • Por Jovem Pan
  • 18/02/2019 11h08 - Atualizado em 18/02/2019 11h10
EFE A Venezuela vive uma intensa crise humanitária, política e econômica, após o deputado federal Juan Guaidó se autoproclamar presidente interino, no último dia 23, e ser reconhecido por vários governos, inclusive o do Brasil.  

Quatro deputados que integram a delegação do Parlamento Europeu foram impedidos de entrar na Venezuela e tiveram os passaportes retidos, de acordo com um dos parlamentares. O grupo de eurodeputados foi convidado pela Assembleia Nacional Constituinte, formada por maioria de oposição e não reconhecida pelo governo do presidente Nicolás Maduro.

Na sua conta pessoal no Twitter, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, informou que os parlamentares europeus foram notificados que não poderiam ingressar no país.

O impedimento aos ingresso parlamentares ocorreu ontem (17). A Venezuela vive uma intensa crise humanitária, política e econômica, após o deputado federal Juan Guaidó se autoproclamar presidente interino, no último dia 23, e ser reconhecido por vários governos, inclusive o do Brasil.

Retratação

O deputado espanhol do Parlamento Europeu, Esteban González Pons, um dos que foram expulsos, reivindicou que as credenciais de todos os embaixadores do regime chavista sejam retiradas na União Europeia (UE), e que se confisquem os bens e se impeça a entrada na Europa do chanceler Jorge de Arreaza.

Em entrevista coletiva em Madri, González Pons exigiu que a UE e a Espanha se retirem do grupo de contato de países europeus e latino-americanos que promove o diálogo entre Maduro e o líder opositor Juan Guaidó.

González Pons, do Partido Popular (centro-direita), relatou à imprensa as circunstâncias da expulsão de vários membros do Parlamento Europeu convidados pela Assembleia Nacional da Venezuela para se reunirem com Guaidó, que se autoproclamou presidente do país em 23 de janeiro.

Segundo Pons, os europarlamentares foram convidados por “quem é presidente da Venezuela”, em alusão a Guaidó, e foram expulsos por “quem não é”, em referência a Maduro.

O político espanhol anunciou que o grupo de eurodeputados viajará no próximo sábado para a Colômbia, a convite do governo local, para permitir que a ajuda humanitária seja transferida deste país à Venezuela: “Eles nos expulsaram, mas voltaremos no sábado”, enfatizou.

Durante a entrevista coletiva, Pons contou que, assim que desceram do avião “com todos os papéis em ordem”, os eurodeputados foram levados para “um pequeno quarto”, onde seus passaportes foram apreendidos e, sem nenhum documento explicativo, foram informados que seriam expulsos do país; também afirmou que os agentes venezuelanos “verificaram” seus telefones e tentaram “apagar” o que tinham gravado.

O eurodeputado argumentou que se tratava de uma viagem “justificada institucionalmente” e que não haviam objeções para que o grupo se reunisse “com o governo ‘de facto’ da Venezuela”.

“A luta do povo venezuelano segue e o tirano fecha portas e janelas, além de apagar as luzes para que não vejamos”, denunciou González Pons.

Por outro lado, o chanceler Arreaza disse no Twitter que o governo venezuelano notificou os eurodeputados “há vários dias (…) que não seriam admitidos” na Venezuela.

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