‘Dublê’ usou roupas de Khashoggi para simular que ele estava vivo, diz emissora

  • Por Jovem Pan
  • 23/10/2018 09h51 - Atualizado em 23/10/2018 09h57
Reprodução/CNN Segundo a CNN, o oficial Mustafa al-Madani foi trazido para Istambul para atuar como dublê do jornalista saudita Jamal Kashoggi depois que ele fosse morto no consulado saudita Segundo a CNN, o oficial Mustafa al-Madani foi trazido para Istambul para atuar como dublê do jornalista saudita Jamal Kashoggi depois que ele fosse morto no consulado saudita

Um homem foi contratado como dublê e usou as roupas do jornalista saudita Jamal Khashoggi depois que ele já estava morto, para simular que ele saiu do consulado saudita ainda vivo. Imagens de câmeras de segurança, obtidas e divulgadas pelo canal americano CNN nesta segunda-feira (22), mostram o oficial Mustafa al-Madani deixando o consulado saudita pelas portas do fundo, usando as roupas de Khashoggi, com barba falsa e óculos.

De acordo com a emissora, as imagens fazem parte da investigação do governo turco e foram confirmadas por um oficial do país. Segundo essa fonte, Madani foi trazido para Istambul para atuar como dublê por ter peso e idade similares aos do jornalista — o ofical tem 57 anos e Khashoggi tinha 59.

“Você não precisa de um dublê para uma rendição ou um interrogatório”, disse o oficial. “Nossa avaliação não mudou desde 6 de outubro. Isso [o assassinato] foi premeditado e o corpo [de Khashoggi] foi tirado do consulado.”

Madani teria entrado no consulado pela porta da frente quatro horas antes do jornalista. O oficial vestia, naquele momento, uma camisa xadrez azul e branca e calças azul escuro. Ele também estava sem barba. Quando saiu do local, estava vestido como Khashoggi, porém, com os mesmos sapatos de sola branca com que entrou.

Jamal Khashoggi está desaparecido desde o dia 2 de outubro, quando entrou no consulado saudita localizado em Istambul para buscar os papeis de seu casamento com uma mulher turca. Desde então, seu corpo nunca foi visto.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta terça-feira (23) que há fortes sinais de que o assassinao do jornalista foi planejado e de que ele foi morto de uma forma selvagem. “Temos pistas muito fortes de que isso [o assassinato] não foi acidental, mas que foi planejado”, disse. O governo turco deve relevar mais detalhes da investigação nesta terça.

Nos primeiros dias após o incidente, o governo da Arábia Saudita negou que Khashoggi estivesse morto, mas, na sexta (19), confirmou que o jornalista foi morto no consulado. O argumento, porém, foi de que isso ocorreu por causa de uma briga entre ele a equipe de agentes.

No domingo (21), o ministro de Relações Exteriores do país, Adel al-Jubeir, deu uma nova versão ao afirmar que o jornalista foi vítima de uma “operação” clandestina.

Mas nesta segunda-feira (22), o porta-voz do partido de Erdogan, Omer Celik, afirmou que o homicídio foi “selvagemente planejado e de uma mobilização de esforços consequentes tentar dissumilar” o crime.

Abdulkadir Selvi, próximo de Erdogan, e colunista do jornal Hurriyet, escreveu que Khashoggi foi estrangulado por agentes sauditas no escritório do cônsul. O corpo dele foi cortado em quize pedaços por um médico legista que integrava e equipe e levado para um local ainda desconhecido de Istambul.

O oficial Mustafa al-Madani deixando o consulado saudita pelas portas do fundo, usando as roupas de Khashoggi, exceto pelo sapato, que era o mesmo com que entrou no consulado saudita

O oficial Mustafa al-Madani deixou o consulado saudita usando as roupas de Khashoggi — menos o sapato, que era o mesmo com que ele entrou no consulado saudita.

O oficial Mustafa al-Madani entrou no consulado vestindo uma camisa xadrez, calças azul escuro e um tênis com a sola branca

O oficial Mustafa al-Madani entrou no consulado vestindo uma camisa xadrez, calças azul escuro e um tênis com a sola branca, o mesmo da imagem acima.

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