Em Paris, milhares de franceses protestam contra gestão de Macron

  • Por Agência EFE
  • 05/05/2018 17h45
EFE Macron foi representado por um fantoche nas manifestações pelas ruas de Paris

A extrema esquerda francesa organizou neste sábado uma grande manifestação em Paris, com forte policiamento, contra o presidente Emmanuel Macron, que eles acusam de governar para os ricos.

Batizada de “A festa de Macron”, para ironicamente comemorar o primeiro ano da eleição do governante francês, os organizadores calcularam que foram 160 mil os participantes, enquanto a Polícia estimava em 40 mil pessoas. O percurso pelo centro da capital aconteceu como pediu o organizador, o deputado do partido França Insubmissa François Ruffin, em um ambiente alegre e de bom humor, ajudado por uma tarde ensolarada.

Ao todo, quatro pessoas foram detidas pouco antes do início do protesto, nos controles de acesso, por portarem objetos considerados não autorizados. Um agente ficou levemente ferido, depois de ser atingido por um projétil, conforme informou à Agência Efe a Polícia. Profissionais de rádio e TV foram hostilizados por pessoas encapuzadas, que não queria permitir a cobertura do ato.

Aproximadamente, 2 mil policias, um terço a mais do que o contingente enviado aos protestos de Primeiro de Maio em Paris, participaram da segurança. A polêmica política que desencadeou nos distúrbios de terça-feira passada fez com que o governo decidisse aumentar o efetivo e protagonizasse uma troca de acusações com os organizadores da “Festa de Macron”. A França Insubmissa disse rejeitar toda violência e insistia em que é a Polícia que deve garantir a ordem e o direito de manifestação.

Durante o protesto, o público lembrou que Macron completará um ano no poder na próxima segunda-feira, mas que está “agindo como Robin Hood às avessas: tirando dos pobres para dar aos ricos”. De acordo com Ruffin, enquanto as verbas para escolas e associações diminuíram, Macron acaba de dar “um presente de 1 bilhão aos mais ricos do país” com a supressão do imposto conhecido como ‘Exit tax’ para quem tem grandes patrimônios e estabelece domicílio fiscal no exterior.

As críticas repercutem uma ideia muito espalhada no país e confirmada por uma pesquisa do Instituto Odoxa, publicada hoje. Segundo o levantamento, 72% dos franceses consideram Macron o “presidente dos ricos”. A mesma pesquisa indica que neste momento 52% deles têm uma imagem negativa do presidente e 59% não apoiaria um segundo mandato em 2022.

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