Guaidó diz que ‘não há o que comemorar’ nesse Dia do Trabalho e garante continuidade dos protestos

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2019 14h07 - Atualizado em 01/05/2019 14h12
EFE "Nosso sacrifício não será em vão", disse o líder da oposição

O presidente do parlamento e auto-proclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, esteve em um protesto realizado contra o regime de Nicolás Maduro em Caracas na tarde desta quarta-feira (1°). Em seu discurso, criticou o ditador — chamando-o novamente de “usurpador” e ironizando o fato de ele não ter visitado nenhum estado do país desde janeiro — e disse que “não há o que comemorar” nesse Dia do Trabalho. Além disso, garantiu que as manifestações seguirão acontecendo até que ele seja deposto.

“Hoje não há nada para comemorar. Tudo foi perdido. Precisamos recuperar nossa qualidade de vida, nossa dignidade, voltar a botar comida em casa. Por isso convoquei vocês, para avisar que esse processo começou. O regime achava que tínhamos chegado a nosso limite. Eles nem tinham ideia do que estava acontecendo. Eles não contavam com nossa astúcia, como diria Chapolim Colorado. Estamos apostando na felicidade do nosso país, no reencontro das nossas famílias”, afirmou.

Guaidó ressaltou ainda que o movimento da oposição contará com mais apoio das Forças Armadas, grupo que, segundo ele, também está descontente com o desabastecimento que atinge a região. “Eles têm força operacional, mas falta o mínimo. Botas, alimentos. Acredito que estarão conosco e contarão conosco para ter mais e garantir a soberania deste país.”

Em seguida, o líder garantiu a continuidade das manifestações. De acordo com ele, o mais importante nesse momento é que todos continuem nas ruas pressionando pela derrubada dor regime. Citou ainda o apoio internacional como ponto importante do processo.

“Vamos ficar. Nosso sacrifício não será em vão. É por nossa família, nosso futuro. Pela união do país (…). Pensaram que ontem estaria tudo acabado. Não! Vamos seguir nas ruas até conseguir a liberdade de toda a Venezuela. O poder está com os cidadãos. Temos o poder de mudança. Eles sabem disso. Temos que seguir adiante. Vamos continuar nas ruas com marchas, protestos, passeatas, todos os dias, até conseguirmos”, concluiu, sendo ovacionado pelo público presente.

Nas redes sociais, ele tem compartilhado imagens dos atos realizados pelo país.

Sobre as manifestações

Centenas de venezuelanos tomaram as ruas de Caracas na terça (30) para mostrar apoio a Guaidó e aos militares que se rebelaram contra o governo de Maduro. Guaidó anunciou que “a família militar deu o passo, uma vez por todas” para se unir à oposição.

Além de bloquear as ruas, as pessoas que apoiam a queda do regime chavista interpelavam quem estavam a caminho do trabalho e as incentivavam a aderir aos protestos e aos bloqueios. Há registros, no entanto, de confrontos entre opositores e forças do governo, com bombas de gás contra os presentes.

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