Guaidó promete reunir multidão na fronteira da Venezuela caso Maduro proíba ajuda humanitária

  • Por Jovem Pan
  • 07/02/2019 15h09
EFE Primeiras entregas de ajuda devem partir das fronteiras com a Colômbia e com o Brasil

O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou nesta quinta-feira (7) que a estratégia da oposição, caso o ditador Nicolás Maduro impeça a entrega de ajuda humanitária ao país, será reunir o máximo de pessoas possíveis na fronteira para solicitar a entrada de alimentos e remédios – o que deve ser feito a partir do Brasil e da Colômbia.

“O ingresso de ajuda humanitária pretende atender cerca de 300 mil pessoas que correm o risco de morrer nas próximas semanas sem acesso a remédios e alimentos. Nosso objetivo é garantir o acesso dessa população a esses insumos. Isso significa mobilizar centenas de milhares de venezuelanos em territórios próximos aos pontos de entrega.”

Guaidó deu as declarações ao jornal uruguaio El País. Opositores indicam que o objetivo da mobilização é forçar a cúpula militar a romper com o chavismo. “Faço chamado às Forças Armadas: em poucos dias poderão escolher se estão do lado de alguém cada vez mais isolado ou se acompanharão os que precisam de comida e remédios”, escreveu no Twitter.

Dilema

Em consequência dessa situação, Maduro terá de ligar com uma difícil escolha – negar a ajuda humanitária, o que prejudicaria ainda mais o isolamento internacional, ou aceitá-la, dando vitória política à oposição. Seja qual for a opção do chavista, ele vai continuar ficando enfraquecido, segundo a opinião de especialistas no tema.

“É uma situação similar à expulsão de diplomatas da embaixada americana: se ele interromper ou impedir a entrada da ajuda, atacando os comboios americanos, seria um ato hostil. Se ele permite a entrada da ajuda, reconhece que está debilitado politicamente”, disse . Paulo Luis Vicente León, do Instituto Datanalisis. “É um dilema nada fácil.”

Na quarta-feira (6) militares fecharam a passagem na ponte de Tienditas, que liga as cidades de Cúcuta, na Colômbia, e Ureña, na Venezuela, com o auxílio de uma cerca improvisada e de carrocerias de caminhões. Maduro nega a possibilidade de aceitar ajuda internacional, considerando-a uma “desculpa” para iniciar uma intervenção militar.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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