Índia: 900 milhões de eleitores vão às urnas; atual primeiro ministro é favorito

  • Por Jovem Pan
  • 10/04/2019 21h46
EFE Atual primeiro-ministro, Narenda Modi, do BJP, é favorito na disputa

O primeiro-ministro, Narenda Modi, e seu partido BJP partem como favoritos para conquistar uma nova vitória na maratona eleitoral da Índia. Cerca de 900 milhões de pessoas devem participar de um processo que começa amanhã e só deve ser finalizado após seis semanas. É a maior população de eleitores do mundo.

A oposição também se fortaleceu em torno do tradicional e populista Partido do Congresso, de Rahul Gandhi, que buscará o comando do governo com uma grande coalizão.
“A Índia é valorizada no mundo todo por coisas grandiosas, mas três delas são mais que as demais: o Taj Mahal, Mahatma Gandhi e a democracia eleitoral”, afirmou o ex-chefe da Comissão Eleitoral, S.E. Quraishi, no prefácio do livro “Uma maravilha indocumentada”.

A eleição requer um enorme esquema logístico para chegar a todos os eleitores, inclusive nos lugares mais remotos, e deve custar US$ 7 bilhões, segundo cálculo do analista e diretor da consultoria Right to Vote, Neeraj Gutgutia.

O valor, equivalente a cerca de US$ 7 por eleitor, se compara aos gastos das últimas eleições para a presidência e para o Congresso dos Estados Unidos, que tem cerca de 250 milhões de votantes.

A legislação eleitoral da Índia obriga que as autoridades eleitorais do país garantam que as pessoas não precisem viajar mais de dois quilômetros para votar ou tenham que atravessar barreiras geográficas, como rios, desfiladeiros ou florestas, para votar.

Ter essa obrigação no meio de um caleidoscópio cultural, religioso, geográfico e com diferentes línguas, requer o uso de helicópteros, trens, aviões, barcos, bicicletas, camelos e até elefantes para chegar até o eleitor mais distante.

São casos como o da cidade de Kakai, no estado de Gujarat, no oeste da Índia, que tem uma seção eleitoral montada no meio de um santuário de leões para um único eleitor que vive na região e que se nega a deixar o local.

“Não importa se ele decidir não participar da votação, a Comissão Eleitoral deve instalar a urna lá e ficar de 8h até 17h no dia correspondente”, explicou em entrevista à Agência Efe V.S. Sampath, que comandou a Comissão Eleitoral no pleito de 2014.

Para Sampath, o tamanho da população, as questões geográficas, as exigências de segurança e os esforços tecnológicos são os principais desafios do órgão, mas que garantem que é possível confiar nos resultados que saem das urnas.

Em poucas semanas, a equipe da Comissão Eleitoral passa dos habituais 400 funcionários para mais de 11 milhões de pessoas, que garantem a operação de mais de um milhão de seções eleitorais.

As eleições são realizadas com auxílio de um sistema eletrônico. As urnas têm GPS para terem cada movimento acompanhado pelas autoridades. Além disso, câmeras gravam as imagens e as informações processadas na sala que recebe os dados de todo o país.

Em 2014, mais de oito mil pessoas se candidataram ao pleito, representando mais de 500 partidos. Na época, as autoridades da Índia apreenderam US$ 170 milhões que seriam usados para a compra de votos.

*Com EFE

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