Juan Guaidó recebeu ‘selo’ em redes sociais; Maduro não foi ‘verificado’

  • Por Rafael Iglesias
  • 24/01/2019 17h45 - Atualizado em 24/01/2019 21h49
EFE Maduro e Guaidó estão em lados opostos no cenário político venezuelano

O ditador Nicolás Maduro e o líder do parlamento Juan Guaidó “disputam” a presidência da Venezuela há cerca de 24 horas – desde que o opositor do atual regime se declarou presidente interino do país, recebendo apoio de nações como Estados Unidos e Brasil. E essa disputa chegou até mesmo às redes sociais, com uma polêmica envolvendo o selo de verificação de conta dos dois. Tudo porque Guaidó é verificado, ao contrário de Maduro.

Os boatos

Às 18h27 de quarta (horário de Brasília), o repórter fotográfico Andrews Abreu, da Argentina, publicou no Twitter uma imagem do perfil do ditador no Instagram e afirmou que a rede havia “eliminado o selo de verificação” da conta de Nicolás Maduro.

Quase ao mesmo tempo, o jornal venezuelano El Nacional informava que a rede de fotografias havia concedido o “benefício” ao presidente interino. A mesma discussão foi aplicada ao Facebook. As duas empresas fazem parte do mesmo grupo.

As redes

Na tarde desta quinta-feira (24), entretanto, as duas redes sociais negaram ter feito alterações na verificação de contas de Guaidó e Maduro. Segundo elas, toda a história é um boato que começou com a publicação do fotógrafo argentino.

“Nicolás Maduro não era verificado no Instagram ou no Facebook e não retiramos o selo de suas contas. Juan Guaidó foi verificado no Instagram em novembro de 2018 e no Facebook mais recentemente”, afirma o grupo, em nota.

As verificações geralmente acontecem após solicitações e apresentação de documentos. De acordo com o Facebook e o Instagram, não é possível saber de o Maduro havia solicitado essa medida, porque as informações “são privadas”.

Os posicionamentos

O Facebook, que também é dono do Instagram, tem sede nos Estados Unidos. O país governado por Donald Trump apoiou o governo interino de Guaidó contra o poder de Maduro. Com os boatos, usuários apontaram que as redes estariam se posicionando politicamente.

Na quarta, Trump afirmou que considera “o ilegítimo regime de Maduro como diretamente responsável por quaisquer ameaças que possam se apresentar à segurança do povo venezuelano”. O governo vai liberar US$ 20 milhões em ajuda humanitária ao país.

Em consequência, o ditador rompeu relações com os EUA e deu 72 horas para diplomatas norte-americanos saírem da Venezuela. Na contramão, Guaidó enviou carta a embaixadores de todas as nações pedindo que mantenham as missões no país.

Os selos

O selo azul concedido pelas redes sociais serve para confirmar que uma conta ou página é autêntica. Qualquer pessoa pode solicitar a verificação, mas não há garantia de aprovação. Os beneficiados geralmente são “figuras públicas, celebridades ou marcas”.

Os seguidores

No Facebook e no Instagram, Juan Guaidó soma 1,9 milhão de seguidores; Nicolás Maduro contabiliza 1,2 milhão. O número é bem inferior à população total da Venezuela, estimada atualmente em 32 milhões de pessoas.

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