Justiça peruana solta Keiko Fujimori, líder envolvida em escândalo da Odebrecht

  • Por Jovem Pan
  • 18/10/2018 07h08
EFE Fujimori é investigada por envolvimento em esquema de corrupção na Odebrecht

A Justiça do Peru aceitou os recursos apresentados pela defesa da líder opositora Keiko Fujimori e determinou na noite desta quarta-feira a imediata libertação da filha mais velha do ex-presidente Alberto Fujimori, que foi detida na semana passada dentro de uma investigação por corrupção e lavagem de dinheiro que envolve a construtora Odebrecht.

Por decisão unânime, a Segunda Câmara de Recurso do Tribunal Penal Nacional aceitou os recursos apresentados por Keiko Fujimori e outros cinco detidos, ordenou a anulação da prisão provisória à qual foram submetidos e sua libertação imediata.

Na semana passada, o juiz Richard Concepción Carhuancho ordenou a prisão de Keiko, líder do partido opositor Força Popular, e outras 19 pessoas dentro de uma investigação por lavagem de dinheiro vinculados ao financiamento irregular desse partido político.

A ordem judicial emitida hoje estende às cinco pessoas que entraram com recurso, entre elas os ex-ministros fujimoristas Jaime Yoshiyama e Augusto Bedoya, e outras 14 que foram incluídos na resolução de Carhuancho.

O juiz que presidiu o Tribunal, César Octavio Sahuanay, argumentou que na resolução de Carhuancho “o magistrado não acrescenta ideias sobre as apresentadas pela Promotoria”.

“Houve uma nulidade insuperável, esta sala quer deixar claro que onde o juiz não motiva a declaração fiscal, isso leva à nulidade”, afirmou.

De acordo com o Tribunal, Carhuancho incluiu na sua resolução “apenas uma base fiscal, não judicial”.

No entanto, a Segunda Câmara de Recurso não entrou para avaliar os argumentos da Promotoria, nem o fundo dos mesmos e deixou ao Ministério Público o direito de apresentar seu pedido de detenção diante de um novo tribunal que não seja dirigido pelo juiz Carhuancho.

A resolução foi recebida com choro de alegria por Keiko Fujimori, que participou da audiência ao lado de outros três detidos.

Em seu discurso perante a corte, Keiko pediu que fosse libertada por considerar que a detenção era “uma clara violação” do devido processo legal e de sua presunção de inocência.

A Promotoria investiga Keiko Fujimori e o partido Força Popular por suposto lavagem de dinheiro na campanha para as eleições presidenciais de 2011, ao supostamente disfarçar as grandes doações de dinheiro cujo origem pode ser ilícita.

Nesse financiamento irregular, pode estar US$ 1 milhão que a Odebrecht afirmou ter entregue para apoiar a candidatura de Keiko Fujimori à Presidência do Peru, onde ela perdeu a disputa para Ollanta Humala.

*Com informações de Agência EFE.

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