Líder da oposição do Quênia se autoproclama “presidente do povo”

  • Por EFE
  • 30/01/2018 11h11
EFE/ Daniel Irungu Líder opositor da Super Aliança Nacional no Quênia, Raila Odinga, canta o hino do Quênia no último dia 26

O líder da oposição do Quênia, Raila Odinga, se autoproclamou nesta terça-feira (30) “presidente do povo”, após não reconhecer como válidos os resultados das eleições nas quais foi reeleito o atual chefe de Estado, Uhuru Kenyatta.

Odinga jurou ao cargo apesar de o procurador-geral, Githu Muigai, ter alertado que essa posse pode incorrer em um delito de alta traição, punido com a morte, ainda que o país não tenha executado nenhum preso desde 1987.

De todo modo, sua coalizão, a Super Aliança Nacional (NASA, na sigla em inglês), tinha antecipado que Odinga juraria como presidente da República, algo que finalmente não ocorreu, já que escolheu a fórmula “presidente do povo”, que não é mencionada especificamente na Constituição.

Junto a ele não estava presente o número dois da coalizão, Kalonzo Musyoka, de quem se esperava que tomasse posse do cargo de “vice-presidente do povo”, ainda que Odinga tenha afirmado que “depois” pronunciaria seu juramento.

“Juro que serei fiel e leal ao povo e à República do Quênia, que preservarei, protegerei e defenderei a Constituição do Quênia”, disse Odinga perante dezenas de milhares de pessoas no parque Uhuru, da capital Nairóbi.

Ainda que a imprensa local especulasse que um forte dispositivo policial impediria a entrada no parque, supostamente fechado pela autoridade municipal para “trabalhos de renovação”, finalmente a presença das forças de segurança foi mínima, e o evento transcorreu sem incidentes.

O veterano líder opositor comemorou o fato de que seus seguidores se reuniram para dizer “basta à fraude eleitoral”, e qualificou o evento de “um passo para acabar com a autocracia e para estabelecer uma autêntica democracia” no Quênia.

Apesar de ter impugnado com sucesso a reeleição de Kenyatta em agosto de 2017, Odinga boicotou a repetição das eleições presidenciais, realizada em outubro, na qual o atual chefe de Estado obteve mais de 98% dos votos e foi empossado oficialmente como presidente um mês mais tarde.

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