Líder de oposição do Bahrein é condenado a prisão perpétua por espionagem durante Primavera Árabe
Figura central durante os protestos da Primavera Árabe no Bahrein, o clérigo xiita Sheikh Ali Salman foi condenado à prisão perpétua por espionagem, neste domingo (4). A decisão do Supremo Tribunal do país acontece após instância inferior absolvê-lo em junho. Grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que as acusações contra ele têm motivação política.
O governo acusa Ali Salman de fornecer ao Catar, em troca de dinheiro, informações que poderiam comprometer a segurança do Bahrein. No ano passado, uma rede de TV estatal deste país exibiu gravações de conversas telefônicas de 2011 entre o clérigo e o então primeiro-ministro do Catar, Sheikh Hamad bin Jassim Al Thani.
O Bahrein é um dos quatro países árabes que vêm boicotando o Catar há mais de um ano, por causa de uma disputa diplomática. Defensores de Salman dizem que os telefonemas faziam parte dos esforços da oposição para que o Catar mediasse o diálogo com o governo durante os protestos da Primavera Árabe, e que as gravações foram editadas para sugerir outra coisa.
A agremiação política Al-Wefaq, já liderada por Salman, não participará das eleições parlamentares que o Bahrein realizará dentro de algumas semanas. O maior bloco de oposição xiita do país foi obrigado a se dissolver em 2016, a partir da repressão governamental. Atualmente uma monarquia sunita, o Bahrein tem população majoritariamente xiita – ambas as correntes são islâmicas.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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