Netanyahu pede que israelenses e palestinos não se vinguem de morte de jovens

  • Por Agencia EFE
  • 02/07/2014 09h54

Jerusalém, 2 jul (EFE).- O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu calma nesta quarta-feira aos israelenses e palestinos e que “não façam justiça contra as próprias mãos”, após o assassinato de um jovem palestino em uma suposta vingança de nacionalistas judeus.

“O primeiro-ministro chama todas as partes a não fazer justiça com as próprias mãos”, indica em comunicado divulgado por seu escritório após uma conversa deste com o ministro da Segurança Pública, Yitzhak Aharonovitch.

Netanyahu ligou para o ministro pouco após saber que um jovem palestino de Jerusalém Oriental foi obrigado a entrar em um carro na rua principal da cidade de Bet Hanina e seu corpo apareceu nesta madrugada em uma floresta ao oeste da cidade santa.

Os fatos ocorreram horas depois do enterro dos três adolescentes israelenses desaparecidos em 12 de junho e cujos corpos foram descobertos na segunda-feira em um local perto da cidade palestina de Hebron, o que suscitou desde ontem uma onda de ataques por parte de nacionalistas judeus.

“Israel é um estado de direito e todos devem atuar de acordo com a lei”, destaca Netanyahu, que pede ao ministro que resolva o caso o mais rápido possível para saber “quem está por trás deste deplorável assassinato e suas motivações”.

O caso suscitou graves enfrentamentos no campo de refugiados de Shuafat, ao leste de Jerusalém, entre manifestantes palestinos que se concentraram nesta manhã junto à casa da vítima e soldados da aolícia israelense.

A polícia investiga o possível teor nacionalista do assassinato pela onda de violência que vive o país nas últimas 24 horas, embora também não descarte outras possibilidades, entre elas de que se trata de um crime de honra.

O ministro israelense de Ciências, Yacov Perry, ex-chefe dos serviços secretos, afirmou hoje que se for confirmado o teor nacionalista, o caso deve ser tratado sob a legislação relevante para casos de “terrorismo”.

Também o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, condenou os fatos e afirmou que “se trata de um ato grave e bárbaro”, enquanto os pais de um dos três adolescentes judeus assassinados pediram hoje “que não haja vingança” porque “um assassinato é um assassinato” independentemente de quem seja a vítima e quem o cometa.

“Não pode haver justificativa e nem perdão a um assassinato”, afirma a família do jovem Naftalí Frenkel, enterrado ontem, em comunicado aos meios de comunicação.

Mesmo assim, nesta quarta-feira um grupo de colonos judeus incendiou uma fazenda de animais palestina na aldeia de Aqabra, ao sul da cidade cisjordaniana de Nablus, informaram fontes palestinas. Ontem, a polícia israelense deteve 42 palestinos na Cisjordânia como parte do dispositivo de busca dos dois supostos autores do assassinato dos três estudantes judeus.EFE

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