Nicolás Maduro diz que oposição precisa de ‘ajuda mental’ e recusa apoio humanitário à Venezuela

  • Por Jovem Pan
  • 04/02/2019 18h03
EFE Maduro fez declarações durante evento com militares

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a criticar – nesta segunda-feira (4) – um pedido de apoio humanitário ao país, que passa por severa crise econômica que tem causado escassez de alimentos e remédios. O chavista ainda afirmou que a oposição, que impulsiona essa assistência junto a outras nações, precisa de “ajuda mental”.

“Não se pode fazer à Venezuela uma promessa falsa de suposta ajuda humanitária, é preciso convocar a Venezuela ao trabalho, à produção, ao crescimento da nossa economia, não somos mendigos de ninguém”, disse Maduro em ato com militares. Ele também pediu que o povo ignore “o show ruim e barato” liderado por Juan Guaidó.

Há algumas semanas, Guaidó se proclamou presidente interino do país. O líder oposicionista e comandante do parlamento já tem apoio de mais de vinte governos. Segundo Maduro, a oposição precisa de “ajuda mental para saber se lhes resta alguma dignidade” para enfrentar aqueles que “do norte tratam e maltratam” a Venezuela.

No último sábado (2), Juan Guaidó, que se baseia em três artigos constitucionais para se declarar presidente por considerar a segunda eleição de Nicolás Maduro “fraudulenta”, anunciou a formação de uma “coalizão nacional e internacional” de ajuda humanitária para a Venezuela com pontos de armazenamento no Brasil e na Colômbia.

Segundo explicou, a ajuda será direcionada, em primeira etapa, à população mais vulnerável. Além disso, Mark Green, administrador da Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos – o povo “do norte” a que Maduro se referiu – disse que já está trabalhando para mandar ajuda humanitária aos venezuelanos.

Encarregado de coordenar a ajuda, o deputado Miguel Pizarro disse no domingo no Twitter que “nesta semana será realizado o primeiro envio de ajuda humanitária para a Venezuela ao centro de armazenamento de Cúcuta [na Colômbia]” e que “em breve” serão feitos envios a um centro de armazenamento no Brasil e a outro a ser definido.

Novos reconhecimentos

O governo do presidente interino Juan Guaidó na Venezuela foi reconhecido nesta segunda-feira (4) por mais dois países: Ucrânia e Macedônia do Norte. Antes, países como Estados Unidos e Brasil já haviam reconhecido o líder de oposição ao ditador

“A Ucrânia reconhece Guaidó como líder do único órgão de poder democraticamente eleito da Venezuela, a Assembleia Nacional, e também como líder da oposição democrática”, afirmou a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Yekaterina Zelenko, em nota.

O comunicado ressalta que o “retorno da gestão democrática” depende de Guaidó e que a meta deve ser a realização de eleições supervisionadas por observadores internacionais. “A Ucrânia pede que seja feito o possível para evitar uma solução com métodos de força.”

O governo da Macedônia pediu que o presidente interino organize “eleições presidenciais democráticas”, segundo informou o ministro das Relações Exteriores do país, Nikola Dimitrov, que não mantém fortes laços diplomáticos com nações latino-americanas.

“A República da Macedônia do Norte, em linha com parceiros europeus, apoia e considera Juan Guaidó presidente interino, de acordo com a Constituição, para organizar eleições presidenciais livres, justas e democráticas”, publicou Dimitrov no Twitter.

*Com informações da EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.