ONU: 70 denúncias de abuso sexual praticado por funcionários em três meses

  • Por Agência EFE
  • 30/07/2018 16h51
Agência EFE o total há 84 supostas vítimas - alguns casos envolvem mais de uma -, inclusive 17 meninas menores de idade e um jovem de menos de 18 anos

A ONU recebeu entre abril e junho um total de 70 denúncias de supostos abusos sexuais cometidos por seus funcionários e de outras entidades com as quais colabora, informou a organização nesta segunda-feira (30).

O número é superior aos 54 casos notificados nos três primeiros meses do ano pelas Nações Unidas, que informa periodicamente sobre estas acusações como medida de uma nova estratégia de “tolerância zero” contra os abusos.

No segundo trimestre, a ONU recebeu 43 acusações nas quais haveria membros da organização envolvidos, das quais 18 tinham a ver com operações de paz e 25 com funcionários de agências da organização.

Além disso, houve outras 24 denúncias contra pessoal de entidades que trabalha com as Nações Unidas no terreno e três contra forças internacionais autorizadas pelo Conselho de Segurança, mas que não atuam sob a bandeira da organização.

Por enquanto, três das denúncias foram confirmadas após uma investigação, enquanto dois não foram comprovados e quatro casos foram encerrados por diferentes motivos.

A grande maioria das acusações está sendo investigada atualmente ou está em uma fase de análise preliminar, disse aos jornalistas o porta-voz Farhan Haq.

Além disso, 16 casos foram repassados a Estados membros para que tomem medidas, acrescentou Haq.

No total há 84 supostas vítimas – alguns casos envolvem mais de uma -, inclusive 17 meninas menores de idade e um jovem de menos de 18 anos.

A maioria dos supostos incidentes aconteceu em 2018 (27), embora também haja acusações relativas a anos anteriores e um total de 17 casos sem data precisa.

Os repetidos abusos sexuais cometidos por funcionários da ONU, sobretudo “boinas azuis” desdobrados em países africanos, geraram nos últimos anos um grande escândalo para a organização.

Em resposta, o secretário-geral, António Guterres, colocou o assunto como uma das prioridades do seu mandato e iniciou uma ampla estratégia para dar mais visibilidade ao problema, dar apoio às vítimas, garantir que todos os casos sejam investigados e que os responsáveis sejam punidos.

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